domingo, outubro 31, 2004
 [1.273/2004]
Halloween
Sei não ser uma tradição portuguesa, mas em comparação com o "Dia de Fiéis Defuntos" fico satisfeito pela globalização que permitiu ao Tugir em português optar pelas bruxas e almas-penadas.
Detesto os ramos de flores nos cemitérios para evocação dos que nos deixaram.
Prefiro a recordação das amenas cavaqueiras, das gargalhadas e discussões, dos beijos e estalos, aos dias de corpo presente.
Tive o privilégio de assistir a um dia de Halloween nos EUA e, como de muitas outras coisas em que lá participei e assisti, fiquei fã.
Os americanos têm inúmeros defeitos. Quem os não tem? São um povo indiscritível de ingenuidade e de simplicidade. São um aglomerado de culturas e um espaço infinito onde é possível encontrar toda a lógica e todo o absurdo, todo o bem e todo o mal, toda a razão e todo o impossível.
Quem nunca se deixou envolver por esta gente, nunca a poderá entender. É uma gente de quem gosto e detesto, como de todas as gentes que a minha experiência me deu a conhecer.
Happy Halloween USA. Tricks or Treats!
Kerry on, U.S.A.!
LNT
10:55:00 da tarde 
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[1.272/2004]
Os votos das Américas
Os votos andam à solta, por estes dias, nas Américas. Terça, na parte setentrional, hoje, na parte austral.
Brasil, Chile, Uruguai e Venezuela. Eleições autárquicas em todos, com excepção das presidenciais uruguaias.
No Brasil, o PSDB deverá vencer em São Paulo, naquela que será a derrota mais pesada para o PT. É o regresso ao trabalho executivo do melhor ministro da Saúde que o Brasil já teve, José Serra, que, infortúnio do calendário eleitoral, só não ganhou as presidenciais brasileiras a Lula por que estava demasiado colado à imagem gasta de Fernando Henrique Cardoso e, por inerência, do PSDB.
No Chile, a esquerda democrática, afecta ao Presidente Ricardo Lagos, somará a décima vitória consecutiva, numas eleições que servem de primárias para as presidenciais do próximo ano.
No Uruguai triunfará o candidato da esquerda sem grande dificuldade, assim como nas autárquicas venezuelanas os candidatos próximos do senhor populista-pseudo-bolivarista-e-pseudo-biblista de Caracas obterão resultados vitoriosos.
As Américas aos votos... espera-se que não andem aos papeis!
CMC
5:19:00 da tarde
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 [1.271/2004]
As vitórias extra-muros do czar Vladimir
Primeiro, foi a Bielorrússia a prestar o culto a Moscovo. Com a permissão, referendada (e intrujada), de Lukashenko cumprir um terceiro mandato, que a Constituição não permite.
Duas semanas depois, é a vez da Ucrânia dedicar o resultado das eleições presidenciais de hoje ao czar Vladimir, que teve oportunidade de, em plena campanha eleitoral ucraniana, se deslocar a Kiev e manifestar o regozijo de poder ter em breve, como seu homólogo a pessoa indicada pelo ultra-musculado-democrata, e ainda Presidente da Ucrânia, Kuchma.
Yanukovich, actual Primeiro-Ministro e pessoa indicada por Kuchma para lhe suceder no posto, não terá dificuldades em bater o seu opositor, Yushchenko (ex-Primeiro-Ministro), que será alvo de uma eleição ao melhor estilo putiniano. Isto é, conhecem-se os vencedores antecipadamente e até se dispensam as sondagens. Para quê realizar sondagens se já se conhece o vencedor? Os rios de dinheiro que não se poupam!
Aos poucos o império refaz-se e se terça-feira, na terra do Tio Sam, o resultado for o que mais convém a Vladimir, poderá dizer-se que o czar matou três coelhos (Bielorrússia, Ucrânia e E.U.A.) de uma só cajadada.
Os ventos da actualidade parecem soprar a favor de Vladimir e nem mesmo o massacre de Beslan belisca a ascensão, paulatina, da ulta-musculada Rússia no contexto internacional.
CMC
7:42:00 da manhã
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[1.270/2004]
Entrevista com o PM de Halloween Metropolis
Após negociações aturadas, acabámos por receber a entrevista realizada com o PM de Halloween Metropolis, ilustrada com a foto oficial enviada pelo gabinete da Central de Propaganda.
As palavras a azul foram "revistas" pelos "rapazes de serviço" com a indicação de que, por não serem apropriadas, deverão ser substituídas ou eliminadas conforme indicado a negro, entre parêntesis.
Como a redacção do Tugir em português, que é uma empresa privada, não vai à Assembleia da República realizar as Assembleias-Gerais de empresa, entendeu publicar a entrevista tal como chegou.
A redacção do Tugir em português recusou encontrar-se à hora do almoço com o Presidente da Administração do Blogger.com, seu amigo de longa data, para evitar a repetição de casos já anteriormente conhecidos.
Tugir - Boa Tarde (Bom Dia), Senhor PM, muito obrigado por nos conceder esta entrevista.
PM - Boa Tarde (Bom Dia) Tugir. Agradecido estou EU por ME darem esta oportunidade de ME dirigir à comunidade blogolítica. O Chefe do Gabinete de MEU Ministro já tinha tentado, mas a central de informação acabou com essa excentricidade. Depois, o MEU deputado da Madeira também tentou, mas saiu-se mal da InFLAMAção. Tenho alguns representantes que acidentalmente andam por essas lides mas dizem-me que não conseguem ter qualquer credibilidade.
Tugir - Sr. PM, começamos pelo mais mediático. Entende que a saída do Prof. da Homília Dominical foi resultado das declarações do Sr. Ministro dos Assuntos Para-lamentares? Se sim, não deveria ter sido demitido? (Cortar tudo)
PM - Qual o quê! Como podia EU demitir um tipo por ter feito o que EU mandei? Então você não sabe que o emissário que correu as Embaixadas foi enviado pelo MEU Gabinete? Ora essa! Demitir um homem que ME é fidelíssimo! (Cortar Tudo)
Tugir - O Sr. PM entende que o seu Ministro da Fazenda não foi desautorizado quando, depois de ter declarado que o IRS não ia baixar, o Sr. o mandou reduzir aquele imposto? Sobre esta matéria não está preocupado por o anunciado corte no IRS não se limitar aos rendimentos mais baixos, conforme declarou, mas atingir de forma perigosa quase todos os escalões? (Cortar tudo)
PM - EU quero lá saber disso. O que a plebe precisa é de pão e circo. Se é para todos, que seja, porque os tempos estão difíceis e assim EU também poupo algum. (Cortar tudo)
Tugir - O Sr. PM disse que ia descentralizar o seu Governo mas só deslocou alguns Secretários de Estado. Para quando deixou a medida da descentralização do seu Governo? (Cortar tudo)
PM - Já tentei, já tentei. Mas esta coisa da governação é mais difícil que a MINHA vida nocturna. Aí, quando pergunto à malta quem é que quer vir beber um copo ao Stones, vem logo tudo atrás. Quando lhes perguntei quem é que queria ir para a província, responderam-me: "Vai tu, para dares o exemplo!". EU ainda consegui deslocar durante algum tempo o gajo das Agrícolas para os Açores, mas ele voltou de lá com o rabo entre as pernas. (Cortar tudo)
Tugir - O Sr. PM garantiu que as aulas começariam exemplarmente na data prevista, mas ainda há centenas de Professores a aguardar a resposta aos recursos dos erros das listagens. Aliás, as listagens ainda não foram publicadas, mas só as consultas individuais, pelo que não é possível fazer as necessárias comparações. Para quando tem prevista a referida publicação? (Cortar tudo)
PM - Tadinha da Miúda, que é tão gira. A culpa disto tudo foi do camafeu que andou por lá antes. Isto foi mais uma maldade que ME quiseram fazer mas em que, como em todos os outros casos que aconteceram ou venham por ventura a acontecer, não tenho qualquer responsabilidade. Nós fazemos tudo à mão. Já disse aos MEUS ministros: "Os Senhores façam o favor de fazer tudo à mão, para terem a certeza de que fica feito ao vosso agrado. Nunca se metam na mão dos outros porque com as más línguas que aí pululam, ainda nos metemos em sarilhos". Quanto aos professorecos, eles que vão varrer ruas, ou arrumar os papeis dos juizecos, quero EU lá saber. Estou um bocado farto desses maltrapilhos que têm de trabalhar para ganhar uns míseros tostões. Estão mal, mudem-se, e deixem-ME em paz! (Cortar tudo)
Tugir - O Sr. PM garantiu que com o seu Governo a política financeira seria de continuidade. No entanto o OE apresentado inverte o rumo dos anteriores. Como justifica esta acção? (Cortar tudo)
PM - Pudera. Não viu o resultado que a política anterior deu? O MEU Partido nunca tinha tido scores tão baixos nas sondagens. EU estou cá para ganhar eleições, não é para as perder. Se ataco as SCUTS, não é porque representem encargos para as gerações seguintes, mas sim porque EU ainda estou a congeminar numa solução para entalar essas e também a presente geração. O que é isso de andar tudo de automóvel? Onde já se viu? Todos iguais? Isso nem na Madeira! Aliás já tenho um plano que irá lixar tudo, mas resolverá de imediato o problema do défice. Vou mandar vender os edifícios públicos e depois os outros que paguem as rendas aos novos proprietários. Genial, não acha? EU realizo para já a maçaroca necessária para tapar os olhos aos patetas dos burocratas europeus e depois beneficio a malta com as rendas, garantindo assim os seus favores nas urnas. Genial, genial. Sou mesmo inteligente, não sou? Inteligente e bonito. (Cortar tudo)
Tugir - O seu gabinete publicou um desmentido oficial em relação à problemática da "Siesta". Porque entendeu que este assunto era merecedor de desmentido?
PM - Porque EU estou sempre a trabalhar, Eu não tenho tempo para "siestas". Veja bem, saí cansadíssimo do debate da AR. Eram já deshoras, quando esmaguei a oposição com um brilhante improviso. (Sim, que EU não uso tele-pontos). Estava preocupadérrimo porque sabia ir perder o desfile da langerie, que como se sabe é o que EU mais gosto, mas valeu a pena. Até o Delegado da PT ME elogiou, conforme lhe ordenei. Repare que EU já não tinha férias há dois dias!
Depois de tudo isto, ser confrontado com tal cabala, não era aceitável.
A oposição ao organizar esta cabala involuntária da "Siesta", tem o intuito de ME prejudicar. Pretendem comprometer o desempenho do melhor governo de iniciativa presidencial desde a intentona (revolução). É inadmissível, é inadmissível.
Tugir - Sr. PM, as obras do túnel das Amoreiras continuam a ser um grande incómodo para os cidadãos. Agora é o túnel do Rossio. Ainda por resolver, está também o túnel do Terreiro do Paço. Tem alguma mala-pata com os túneis?
PM - Não, não. Nenhuma mala-pata. A grande obra, que ficará para a história marcando uma época de grande desenvolvimento da Kapital (Capital), é o túnel que já há muito EU deixei feito, conforme se constata pelos inúmeros Outdoors espalhados pela cidade. Os inconvenientes resultam da irresponsabilidade da oposição que se agarrou a uns pormenores e inviabilizou a circulação automóvel. A prova que o túnel está operacional é que até pode ser visitado a pé.
Aliás, continuo a acreditar que a solução dos túneis é o que de melhor se pode fazer. Estou decidido a mandar fazer um que ligará as duas margens de Tejo e EU já mandei fazer o estudo para outro que ligará o Continente à Madeira (notícia em primeira mão). Aliás, se tivesse ganho nos Açores, coisa que como se sabe não aconteceu à tangente e que representa uma vergonha para a democracia, tinha intenção de mandar ligar, num complexo de túneis, aquelas ilhas cheias de alentejanos.
Quanto ao túnel do Terreiro do Paço, estou à espera de implementar primeiro os hotéis de charme, onde EU espero passar bons momentos, (cortar) para poder ligar os túneis de fuga, para os casos de emergência. A água nunca ME meteu medo. Até tenho um ministro escafandrista. O Túnel do Rossio é outra conversa que resulta da pesada herança que EU recebi. No entanto já estou em condições de informar que quando reabrir, será algo de completamente novo e todos os que por ele passarem exercendo o seu direito de tunelador-pagador, irão orgulhar-se da MINHA estátua, que já mandei esboçar, para memória das próximas gerações.
Tugir - O Sr. PM apoia o anúncio de que o TGV irá passar na Ponte 25 de Abril?
PM - Não só apoio como fui EU mesmo que tive essa ideia. A Ponte Salazar (25 de Abril) só estará completa quando um comboio de alta velocidade estiver implementado. Vou impor igualmente ao MEU ministro mediático que mande executar um estudo para aproveitar o vão da ponte, onde implementarei igualmente uma travessia por teleférico. Nos pilares vou mandar construir escorregas a que chamarei "Mergulhos no Tejo" em honra do odiento Professor. (Cortar)
Tugir - O Sr. PM desistiu da reconstrução do Parque Mayer? (Cortar tudo)
PM - Claro! Para que serve o Parque Mayer se EU já instalei o Teatro de Revista em São Bento? Poupei montes de dinheiro aos pagantes e dei um impulso importante à coltura da comédia. (cortar tudo)
Tugir - O que espera do próximo Congresso?
PM - EU já garanti que no próximo Congresso não haverá qualquer voz que, como no passado recente, destabilize os Congressistas. Como sabe, EU sempre tive o total apoio dos Congressos anteriores e EU nunca quis realmente ser eleito. Sou modesto e nada pretendo para MIM, pelo que tudo fiz no sentido de deixar essas honrarias para outros. Agora, perante o vazio que se criou, tive de fazer o grande sacrifício de assumir a missão para que EU estou talhado desde que nasci, e em nome do MEU País e para bem de toda a populaça (de todos os cidadãos) sacrificar-me mais uma vez. Há muito que a Nação merecia um Primeiro-Ministro como EU, reconheço. Estamos no bom caminho.
Tugir - Para terminar, Sr PM, gostaria de saber qual o seu pensamento sobre a evolução da situação social portuguesa. (Cortar tudo)
PM - Pensamento ... pensamento? (Cortar tudo)
Tugir - Muito obrigado Sr. PM. Tenha um resto de tarde (manhã) feliz.
LNT
1:45:00 da manhã
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sábado, outubro 30, 2004
[1.269/2004]
Extra!
Continuamos a fazer todas as diligências para conseguir que a central de propaganda liberte a entrevista, agendada para publicação amanhã, que o Tugir em português realizou ao PM de Halloween Metropolis.
Segundo fontes geralmente bem informadas afectas ao Gabinete do PM, o atraso deve-se à dificuldade de se encontrarem lápis azuis no mercado, ultimamente muito requisitados.
Entretanto já foi recebida, na nossa redacção, a foto oficial que deverá acompanhar a entrevista.
LNT
8:24:00 da tarde
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 [1.268/2004]
Tempos correntes
A política nacional chegou a um ponto de excessiva previsibilidade. Os vencedores conhecem-se por larga antecipação temporal.
O enclave partidário, que se realizará dentro de duas semanas, será um espectáculo litúrgico desgostoso. Hossanas ao líder, que bem precisava, para despertar (não da sesta), de uma personalidade igual àquela que há uns anos, mesmo sem qualquer credibilidade, animava os congressos e forçava os líderes de então a ter de arregaçar as mangas para justificar o seu poder. Onde é que pára essa personalidade hoje?
Não há, por que tal figura deixou de existir, visto que os líderes também acabaram.
Há dias dizia-me uma pessoa: "o Sócrates nem se precisa de mexer".
Ontem, uma sondagem dava ao PS cerca de 50% das intenções de voto. Se o país continuar com este estilo e ritmo governativo, sujeita-se a receber percentagens superiores.
O resultado final da encruzilhada, do principal partido da maioria governativa, é previsível. O primeiro sinal do declínio deste novo ciclo eleitoral será dado dentro de 15 dias, quando a luz do poder encandear a militância (acrítica) que não ousará questionar a actual situação.
Este é um problema que os partidos de poder já deviam ter aprendido: ser mais críticos internamente, quando se está no poder, muito mais do que quando se está na oposição.
O grau de autismo, aquando da permanência no poder, é elevado e, neste momento, só mesmo os autistas não se reconhecem a si mesmos.
Entretanto, quem paga a pesada factura, são os portugueses contribuintes. Os "chico-espertos" continuam a deliciar-se com esta falta de orientação do Estado, pois a lei consuetudinária lusitana faz dos cumpridores os parvos do costume.
CMCEtiquetas: cmc
7:46:00 da tarde
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 [1.267/2004]
Yo no lo creo en brujas, pero que las hay, las hay
A poucos dias das presidenciais norte-americanas, eis que surge, nos ecrãs, orientais e ocidentais, uma mensagem de aviso aos E.U.A., do energúmeno com nacionalidade saudita.
Os dois candidatos à Casa Branca já reagiram, pela mesma bitola.
Todavia: depois de tanto tempo remetido ao silêncio é que surge esta mensagem, declarada para, evidentemente, influenciar o sentido de votação dos norte-americanos. E, por outro lado, quem, da peleja eleitoral, sai, a priori, mais beneficiado com esta ameaça?
Basta seguir com um pouco de atenção e analisar a retórica dos dois candidatos e prever quem é favorecido com a mensagem televisiva.
Afaste do pensamento a ideia de que estou a considerar a situação como uma cabala. Mesmo não acreditando em bruxas, elas existem, segundo dizem os espanhóis.
CMC
11:01:00 da manhã
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[1.266/2004]
Halloween WeekEnd
Preparem-se!
Entrámos no fim de semana dos Trick or Treat.
Monstros, vampiros, freaks, almas penadas, espíritos malignos e anormais, temos de tudo no Governo de Halloween Metropolis.
Já começaram as distribuições dos Trick com medo dos Treat (não viram ontem a entrevista de BF na SICN?)
Protejam-se e aguardem pela entrevista do PM de Halloween Metropolis.
Aguardem, rodeiem-se de alhos, estacas e crucifixos!
LNTEtiquetas: lnt
1:00:00 da manhã
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sexta-feira, outubro 29, 2004
 [1.265/2004]
Demo Cratia
Entre votos que voam e não se encontram, sistemas electrónicos de votação onde não estão garantidos mínimos de segurança e contagens, como as últimas, dignas dos países do terceiro mundo que normalmente vigiam, os polícias do Universo preparam-se para o sufrágio Norte-americano mas que diz respeito a todas as Nações.
Já que não pudemos votar deixamos a mensagem roubada ao Rui do Adufe, porque é irresistível de trocadilho sorridente:
Kerry on!
LNT
7:47:00 da tarde
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[1.264/2004]
Desculpas de mau pagador.
A expressão não é a mais feliz, admito, mas adapta-se muito bem ao caso.
CMC
7:19:00 da tarde
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 [1.263/2004]
Dia histórico, mas...
Hoje, com a assinatura do Tratado Constitucional, é um dia histórico para a UE.
Mas, ao ver os Chefes de Estado e de Governo, na bem organizada recepção italiana, que assinavam o Tratado, questionava-me: que Europa comunitária se quer com estes líderes - muitos (a mairoia) estão mais preocupados com a manutenção do seu posto no burgo nacional.
Os tempos actuais não são de alegria. Vale-nos o nome e o som do hino europeu para manter alguma esperança, face a estas lideranças egoístas, que fingem construir uma União consistente.
Os referendos estão à porta e então se verá como as cordas do violino europeu não estão afinadas. Pensar que a crise europeia resulta do que sucedeu na passada quarta-feira em Estrasburgo, é tapar o Sol com a peneira. O problema reside na ausência de cidadania europeia e, por consequência, uma política que esteja verdadeiramente à dimensão europeia.
CMC
4:24:00 da tarde
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[1.262/2004]
Quase sexta-feira à tarde
Como é público, aqui, no Tugir em português, somos fãs de René Magritte. Temos razões para isso, não só por ser um excelente artista mas também pela inteligência que revela. (Vejam lá como ele representa as sereias?)
A caminho de fim-de-semana cheio de novidades (eleição nos USA e publicação da entrevista com o PM do Halloween) e de momento sem tempo para Posts mais elaborados, fica igualmente uma reprodução de um quadro de Manuel Amado, que explica bem aquilo que este fim-de-semana, eu gostaria de fazer.
Vai um copo para descontrair, José Flávio?
LNT
1:56:00 da tarde
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 [1.261/2004]
Liberdade e responsabilidade
Desde ontem que andava indeciso se devia pronunciar-me acerca do caso do autor de um Blog que tem publicado sistematicamente matéria em segredo de justiça e que agora foi objecto de uma intervenção policial, munida do respectivo mandato de busca, para revista aos possíveis locais do crime e apreensão das provas materiais desse mesmo crime.
A minha indecisão prendeu-se com o facto de colaborar na divulgação do Blog tendo em conta quatro aspectos relevantes:
1. - Ser claramente a favor de um Estado de Direito. Pensar que a Liberdade de Expressão e de Opinião é um bem supremo, mas que a sua prática implica igualmente o respeito pela Lei. Isto também se aplica na Blogos.
2. - O citado Blogger, para além da publicação dos documentos (em que inibia (e bem) a publicação dos nomes dos ofendidos) insistia frequentemente na publicitação da matéria que publicava utilizando abusivamente a caixa de comentários de outros Blogs (que se destina a comentários sobre os respectivos Post e não a publicidade alheia) e propunha por eMail aos outros bloggers que republicassem os seus Posts, incitando-os assim a cometer o mesmo crime.
Esta incitação, promovida por um Professor Universitário (conforme consta da notícia) ainda me parece mais grave, por, com responsabilidades acrescidas devido à sua formação, se dirigir a uma comunidade onde sabia estarem presentes todos os graus de instrução e todas as faixas etárias, incluindo menores.
3. - Nunca se conheceram as fontes da documentação apresentada, nem tão pouco qualquer prova de que aquela documentação fosse fidedigna.
4. - Os processos judiciais devem seguir o seu curso nas instâncias judiciais. Recuso por sistema todos os julgamentos na Praça Pública e entendo que, em relação ao Processo da Casa Pia, todas as acções externas que se têm desenvolvido, mais do que benefício, trouxeram fortes desvios e bloqueios que acabaram por condicionar o apuramento total da verdade e a pronúncia da justiça.
A decisão de publicar este Post fica a dever-se ao facto de entender que não poderia alhear-me da informação que na nossa comunidade da Blogos é pública e de manifestar que a acção levada a cabo pela PJ me parece perfeitamente enquadrável no regular funcionamento da justiça portuguesa.
Não farei qualquer outro comentário sobre o assunto.
LNT
11:07:00 da manhã
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quinta-feira, outubro 28, 2004
[1.260/2004]
Desabafo de fim de dia
Se John Kerry não vencer as eleições na próxima terça-feira, para que parte do Universo se pode emigrar?
CMC
11:28:00 da tarde
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[1.259/2004]
Mais um degrau ... para baixo
Não é novidade alguma que muitas das conferências de imprensa que são convocadas se destinam a informar que não há qualquer informação para dar.
Normalmente diz-se que quem as promove são os políticos.
O que até hoje nunca tinha visto, era um director da informação de um canal de televisão (TVI), fazer-se entrevistar no seu próprio noticiário, para informar que nada tinha para informar. E aquele jornalista que o entrevistou não fazia lá falta alguma, porque para mau já bastava assim. Claro que se fosse um comunicado, o entrevistador não tinha tido oportunidade de bajular o director, como o fez, misturando uma vez mais informação com opinião. Que será feito da isenção que dava credibilidade aos blocos informativos?
Quando acabará toda esta fantochada? Dantes os jornalistas eram uma classe com mais dignidade. Onde andará a direcção do Sindicato dos Jornalistas de quem até hoje não se ouviu pronúncia sobre o que se passa na Comunicação Social?
Ainda vivemos em estabilidade? Isto é tudo normal?
PSSSSST... Está aí alguém, ou andamos todos a falar para a parede?
LNT
10:39:00 da tarde
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 [1.258/2004]
Disto e daquilo
Pouco apeteceu fazer ontem, após a análise das palhaçadas desinformativas que num dia aziago para Barroso, nos bombardearam no zapping televisivo.
Larguei o comando na desconcentração da Quinta das Celebridades, coisa que confesso não ter trazido mais sossego ou diversão, tal a banalidade e má formação da maior parte dos figurantes que por ali se pavoneiam.
Recordei outras Noites da Má-Língua, essas com qualidade de pura diversão e entretenimento que, em tempos, Júlia Pinheiro coordenou rodeada de gente inteligente.
Acabei sentado frente ao monitor, a folhear os Blogs, quase incapaz de abrir o editor de texto para alinhavar umas palavras.
Por missão, uma das acções a que estou comprometido é a publicação nocturna no Blog Fórum Cidade, dos textos que para o efeito me são remetidos. Esta noite foi dia para um dos melhores que publiquei, da autoria de Jesuína Ribeiro, peça de análise correcta a que aconselho leitura e reflexão.
A pancadaria resultante das mentiras e meias verdades que o caso Marcelo trouxe a público, revelam que a palhaçada no Circo Portugal está a mudar de cena e os palhaços, em vez de nos alegrarem, perdem toda a graça com a sua reconversão em domadores de aranhas. Definitivamente o Circo Portugal caminha para a americanização dos média e toda a comunicação assume o espírito do Halloween que se comemora no próximo Domingo. Diz bem Gabriel Silva quando refere que de entre a mediocridade ainda se destacam valores de esperança com a garra de Pedro Pinto, sem medo de cerrar baterias na demonstração que Paes do Amaral, mais do que de xarope para a tosse, precisa de uma sauna de credibilidade. Sobre isto, explica-se bem e Quase em Português, Lutz Brückelmann.
Os Bons-dias que JMF nos deixa com a mensagem da sobrevivência a cada novo acto de domesticação, é a saudação no registo do desalento por não se crer, para breve, a transferência dos circenses para Neverland-Valley, não a sua, mas a outra onde se canta o Thriller ou, se tal não for possível, pelo menos para as Terras do Absurdo, na Quinta das Celebridades, onde reside o Michael Jackson português.
Foi mais, muito mais que entre ontem e hoje folheei neste livro virtual de anotações.
Felizmente existem os Blogs.
Entre a preocupação de JPP pelo eclipse onde "os passarinhos voam com as patas para o ar", o Plano B de Pedro Adão e Silva e as mudanças da tralha a que Paulo Gorjão se dedicará até Domingo, ante-véspera de aniversário do Jumento, vamos sobrevivendo, pois então!
Obrigado pela reflexão, Jesuína.
Fiquem bem!
LNT
1:48:00 da tarde
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[1.257/2004]
Da Lua
Em tempos (1999) passei pelo Centro Cultural de São Lourenço em Almancil onde, por coincidência, decorria uma exposição de Günter Grass. Digo por coincidência, porque alguns dias depois soube que lhe iria ser atribuído o Nobel da Literatura desse ano. Andei a rebuscar os arquivos dos catálogos de pintura mas não consegui encontrar o referente a essa exposição. Lembrei-me dele hoje porque na rua, a caminho de casa, dei por mim a olhar as pessoas e a reparar no ar carregado a que liguei algumas expressões representadas nos quadros em que o autor sobrepõe mensagens.
Portugal nunca foi um País de grande felicidade, mas afligiu-me sentir tanta gente assim.
Talvez devido à invernia, talvez influenciado pelo eclipse da Lua que se anuncia.
Melhores tempos hão-de despontar e os eclipses passam.
LNT
Em tempo: Um abraço de parabéns ao Nuno Guerreiro pelo ano do excelente Rua da Judiaria
2:28:00 da manhã
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 [1.256/2004]
Adivinhe quem disse: (ontem)
"Rezemos para que o nosso poder político
não lance Portugal noutra crise das finanças públicas".
LNT
Resp.
1:00:00 da manhã
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quarta-feira, outubro 27, 2004
[1.255/2004]
As originalidades de José Barroso
Caro Carlos,
Como sempre, respeito a tua opinião, mas desta vez, discordo da visão.
José Barroso é um original.
- Foi o único Presidente da Comissão que até hoje abandonou a meio do mandato as funções de Primeiro-Ministro de um país-membro para ocupar esse lugar.
- Foi o único Presidente da Comissão que até hoje defendeu uma coisa enquanto governante no seu País e o contrário no programa com que se candidatou ao cargo.
- Foi o único Presidente da Comissão que não conseguiu negociar (passaram mais de três meses) a sua equipa de comissários.
Quanto ao que penso de tudo isto, já escrevi três Posts abaixo. (escrito ainda antes do anúncio do adiamento)
Como comentei, a indicação de um português para um cargo internacional não é em si um caso de orgulho para Portugal. Sê-lo-á se o desempenho desse cargo for positivo, como por exemplo foi o de António Vitorino, será vergonhoso se se revelar, como no caso de José Barroso, que esse Português não detém a qualidade necessária.
Os insucessos políticos internacionais revertem sempre em grandes danos para a credibilidade das Nações que representam. Espero não ouvir repetir na Europa a frase: "Também de um português, nada de melhor se esperava!"
A política obriga à negociação permanente, facto que, cada vez mais, os políticos portugueses esquecem, e quem governa contra os seus eleitores é sempre penalizado.
De resto, Caro Carlos, a tua máxima "(...) se há cargo para o qual Durão Barroso tem virtude profissional é, precisamente, para negociador" carece de evidenciação.
Para além de ter negociado nos Açores a guerra do Iraque, não me lembro que ele tenha conseguido grandes negócios para Portugal. (Talvez só a coligação com PP, embora seja voz comum tratar-se de um mau negócio)
Concordo com Paulo Gorjão quando diz que: "(...) por diversas razões, o que se está a passar é péssimo para Durão Barroso. Mas, pior do que isso, poderá ser muito mau para Portugal."
É lamentável que José Barroso não tenha tido o bom senso de resolver esta questão em tempo, o que agora terá de fazer no próximo mês, pois a ferida que abriu na União Europeia era perfeitamente evitável.
Decididamente não consigo orgulhar-me de ter "este português" como o indigitado para Presidente da Comissão Europeia, Lamento!
LNT
PS. É com satisfação que vejo palavras elogiosas do BE a uma actuação do Parlamento Europeu. Afinal, segundo se lê, A União Europeia até já é "Zona Livre de Fundamentalistas Religiosos". Quando as coisas agradam...
2:41:00 da tarde
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 [1.254/2004]
Bom-senso europeu
Durão Barroso emendou a sua posição mesmo à última hora.
Fez bem. Não quis arriscar um início mandato que começaria da pior forma,caso hoje submetesse à votação a sua equipa de Comissários.
Tem um mês para reestruturar a sua equipa e receber a aprovação dos parlamentares europeus.
Deve referir-se o bom-senso do Primeiro-Ministro italiano nesta questão, que pediu ao seu compatriota para recuar e que, certamente, teve influência na tomada de decisão de Durão Barroso, em querer adiar a votação.
Nestes tempos precisa-se de bom-senso. Hoje houve bom-senso.
CMC
2:07:00 da tarde
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 [1.253/2004]
Caro Luís,
Manifestei-o na altura, quando o ex-Primeiro-Ministro disse "sim" ao pedido dos Chefes de Estado e do Governo dos 24 países da UE, reafirmo-o agora: Durão Barroso fez bem em aceitar a indigitação para o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Cargo que, enquanto portugueses, nos deve honrar, por ser um dos mais importantes e relevantes na actualidade. E, naturalmente, para mim, Durão Barroso não fugiu.
Não considero que o recente braço-de-ferro que Barroso e grupos políticos do Parlamento Europeu dêem descrédito a Portugal. Isso nem está em causa. Aliás, se há cargo para o qual Durão Barroso tem virtude profissional é, precisamente, para negociador.
Porém, se a Comissão que hoje será aprovada ou rejeitada (como espero) pelo Parlamento Europeu, e no caso de ser chumbada coloca a UE em xeque, tal, a meu ver, não tem muito sentido.
Numa democracia que se considera consolidada, bem sabemos que a europeia - a nível da UE - ainda é muito incipiente, mas sendo um espaço constituído por Estados com fortes e estáveis democracias, um reprovação, hoje, não pode ser visto como o caos. É, apenas e tão só, uma das vias possíveis em democracia.
Será, certamente, o primeiro caso na UE, em que uma Comissão é chumbada. Mas, este caso pode acontecer, caso contrário, para quê submeter ao Parlamento Europeu a sua aprovação ou chumbo?
Penso que Durão Barroso devia ter cedido. Não o fez. Está no seu direito. O que em certa medida é compreensível, defendeu até ao fim a sua equipa. Mais tarde saberemos se foi bem ou mal sucedido.
Se o Parlamento Europeu rejeitar a Comissão, tal significará, do meu ponto de vista, mais um passo, fulcral, na importância do Parlamento Europeu no seio dos órgãos da UE.
Caso a rejeição aconteça, os próximos tempos não serão obviamente estáveis. Mas quais têm sido os tempos estáveis da União? Basta recordar todo o processo para encontrar um sucessor de Romano Prodi. Os Chefes de Estado e de Governo ajustavam contas entre si, até escolherem a personalidade menos desagradável a todas as partes.
Pensar que a UE dará um passo de gigante, pelo menos nos tempos mais próximos, será miragem. Afinal, o Conselho Europeu continua a ter uma fatia de poder extremamente considerável e, olhando para os responsáveis políticos dos Estados europeus, quais deles os maiores defensores da União?
Não nos concentremos somente no Parlamento Europeu e na Comissão. Sem o Conselho, a quadratura do círculo não se atinge.
CMC
8:13:00 da manhã
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[1.252/2004]
Mérito de enfrentar as vicissitudes
Não tenho grande apreço pelo senhor da fotografia, mas face à posição que assumiu, e que já causou danos no seu executivo, merece aplauso pela coragem do Primeiro-Ministro israelita.
CMC
7:50:00 da manhã
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[1.251/2004]
Mar
Perante o mau tempo que anda lá fora, perante o mau tempo que faz na Europa e das péssimas condições meteorológicas que se abateram sobre Portugal, só me resta deixar-vos a imagem que mais gosto de Manuel Amado e desejar-lhes que 27 de Outubro de 2004 seja um dia de grandes janelas abertas sobre o mar que todos amamos.
Um azul salgado que tanto mata os que se aventuram, como dá vida à esperança das novas fronteiras que nele se abrem.
LNT
3:22:00 da manhã
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[1.250/2004]
E agora, Senhor Presidente?
E agora, José Manuel Barroso?
José Manuel Barroso acabou por demonstrar na UE o que há muito tinha revelado em Portugal. Cheio da sua pessoa, autista e com tiques de prepotente, não é um negociador capaz para o cargo da governação.
Estou absolutamente à vontade porque sempre entendi que, um homem que abandona o cargo mais importante da sua vida, o de ser o Primeiro-Ministro eleito em Portugal, por outras honrarias em que ninguém se pronunciou excluindo uma dúzia de iluminados, nunca poderia ser uma honra para este País de 800 anos de história.
Quem não cumpre com honra os compromissos assumidos perante os que o elegeram e os troca por carreirismo pessoal, não merece qualquer elogio.
Além do mais, a mediocridade que revelou enquanto foi dirigente do executivo português teria, mais tarde ou mais cedo, de se revelar no cargo em que o empossaram, tal como está na eminência de acontecer, uma péssima aposta de Portugal perante a Europa e o Mundo.
Quem pensou o contrário, incluindo o Presidente da República, apostou mal.
O resultado está à vista.
Pela primeira vez uma Comissão Europeia está em tão maus lençóis que até os que a indicaram têm dificuldades de fazerem a sua defesa.
A nomeação de José Manuel Barroso revela-se, como sempre o disse, em mais um acto de descrédito de Portugal junto da Comunidade Internacional.
Mesmo que à tangente ainda venha a ganhar esta batalha absurda em que se envolveu.
LNT
2:47:00 da manhã
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terça-feira, outubro 26, 2004
 [1.249/2004]
Não perder
Definitivamente, o filme - "Manobras na Casa Branca" - que a RTP1 transmite logo à noite, é uma excelente prestação de serviço público da televisão pública.
Face às circunstâncias internacionais, e também nacionais, nada como ver ou rever uma obra prima da 7ª Arte.
Sempre podemos, como cidadãos, prevenir "Albânias" que nos querem servir, intra e extra muros.
Acrescente-se a qualidade dos actores: Hoffman e De Niro. Excelentes!
CMC
4:35:00 da tarde
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 [1.248/2004]
Bom dia!
Isto hoje promete. Nevoeiro cerrado na capital e muita chuva e mau tempo para o fim da tarde. As ruas começam a estar engalanadas para o Natal, cujo subsídio é pago no mês que vem. Os cartões de crédito entram em funcionamento até lá. Há que passar pela Suiça para saber se já começou a produção de bolo-rei e se este ano terá uma fava ou uma ferradura, para dar sorte.
Entretanto a preparação para a entrevista do PM do Halloween está de vento em popa. O cenário já está montado para a foto, as flores de um lado, as fotos do outro. A cadeira terá a mesma altura porque ainda se está em fase de vitimização, mas a cabeça estará mais hirta.
A Lolyta recorda uma das mais apreciadas séries televisivas de outros tempos e deixa-me o recado para não confundir o inconfundível agente Officer Relker com um delinquente. A velha teoria de saber se a distinção entre o bem e o mal reside num distintivo.
Relker tinha uma arma infalível (o que o fazia ser polícia e bandido ao mesmo tempo). De manhã comia, à dentada, uma cebola crua o que o deixava armado de um hálito fatal para todo o dia.
Não foi o meu caso. Fiquei-me pela bica e pelo pão com fiambre.
Duas questões para quem souber responder. Como não tenho tempo de comprar o DN, gostaria que me informassem se foi publicado o anúncio para preenchimento da vaga de Comissário e no caso negativo quem é que ficou a perder: - o Comistro, o último indigitado(a), ou os leitores?
Aquecidos os dedos no teclado neste dia de nevoeiro e de Santo Evaristo, Papa e mártir, tenho de partir para aquilo que me sustenta em cada dia que passa.
Até depois.
LNT
9:14:00 da manhã
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 [1.247/2004]
A uma semana...
... do veredicto das urnas. Tudo depende de quem ganhar os Estados "swings", onde não há vencedores antecipados.
Penso que o candidato que ganhar as eleições no Estado da Flórida vence as eleições.
CMC
5:33:00 da manhã
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[1.246/2004]
Domadores de aranhas
Tudo leva a crer que a central de intoxicação já funciona. Já tínhamos dito que isso estaria concretizado no momento em que dela se deixasse de falar. Aos poucos, as vozes do contraditório silenciam-se.
A propaganda está a criar mitos de competência que se destacam nos noticiários de todos os dias, usando técnicas como a de desvalorizar declarações anedóticas dos seus subordinados para fazer sobressair a noção de que mesmo havendo maus, estão controlados pelos muito bons.
Estão a ser dados passos consistentes para a inversão do descrédito existente na opinião pública que, por ter atingido fasquia tão baixa, lhe bastará mínimas coisas para parecer que faz obra.
Os Factos sucedem-se com uma velocidade tal que já ninguém se lembra daquele que foi lançado há dois dias.
As manobras de diversão vão-se multiplicando enquanto um enorme polvo se instala e toma, um por um, todos os pontos estratégicos.
Uma imensa neblina cobre todo o País e os cidadãos perdem-se do essencial. Esperamos que quando o pó assentar não tenhamos mais um imenso buraco de onde precisaremos de mais e piores sacrifícios para poder sair.
Já se sente o silêncio sufocador que incomoda e não deixa passar qualquer réstia de esperança.
JPP fala de caixas que se abrem para de dentro saírem novas caixas. Surpresas e mais surpresas, umas piores do que as outras.
Mas JPP faz o exercício com o fim de atingir os tempos de Guterres. Outro exercício que nos fará apelo à memória onde se recorde que nem JPP nem MRS (para só falar nestes) foram silenciados nessa altura.
Só há um PSD e esse é aquele que daqui a pouco se reúne em Congresso. Será que alguém terá coragem para tentar travar a destruição?
LNT
2:37:00 da manhã
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segunda-feira, outubro 25, 2004
 [1.245/2004]
Halloween
Imprescindível fazer este Post para lembrar que no dia 31 vair ser publicada no Tugir a entrevista com o PM do Halloween.
Como já referido, esta publicidade faz parte das condições para concretização daquela acção.
Aproveitamos para informar que também neste Blog não estamos disponíveis para sermos comissários do Comistro.
LNT
11:59:00 da tarde
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[1.244/2004]
A central com tiques giddeneanos
"Rasgar de novas fronteiras"?
Só faltava mais esta, ao estilo giddeneano. Isto é, abarcar todas as sensibilidades no discurso, sobretudo querendo antecipar-se ao adversário político directo nas abordagens discursivas, de forma a esvaziar o conteúdo político do partido concorrente.
O método não é novo, mas, pelos vistos, teve estreia, hoje, a nível nacional.
A central dá os seus primeiros passos. Os discursos são disso evidência. Porém, ser cópia (britânica?) nem sempre dá bons resultados, por que as técnicas já são conhecidas.
Exige-se mais profissionalismo e menos amadorismo. Os adversários políticos também não dormem e estas palavras são prebendas políticas dadas, sem querer, aos concorrentes.
O propósito político até é bom, contudo o feitiço virou-se contra o feiticeiro.
CMC
5:38:00 da tarde
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[1.243/2004]
Turquices (retirado)
Desde que ando pelos Blogs sempre soube entender que este espaço deve ser um salutar ponto de convergência, de discordância, de debate, de brincadeira, de picanço, de divertimento, de cumplicidade, do tudo aquilo que se quiser. Não pode (não deve) ser um espaço de ataques pessoais e menos ainda de chacota ofensiva gratuita.
Este Post substitui um anterior (coisa a evitar, porque o que está escrito, escrito está) onde pela primeira e, espero, última vez fiz um ataque em defesa de insultos pessoais que me foram dirigidos num outro Blog, utilizando a mesma técnica e linguagem de ricochete ao que lá estava escrito.
Não foram inéditos os ataques efectuados pelo autor do Blog em causa e desta feita entendi que, passadas todas as fronteiras do bom relacionamento e da minha tolerância, impunha-se uma resposta adequada.
O autor das brincadeiras resolveu retirar os Post?s ofensivos do seu Blog (sem que tivesse dado qualquer justificação, o que se lamenta porque assim fica sem sentido o que aqui anteriormente publiquei) ao que retribuo da mesma forma, guardando em arquivo o que agora substituo.
"Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti", é um provérbio popular que oiço desde a minha infância e um conceito que passei aos meus descendentes.
Pela minha parte dou por finda esta contenda que gostaria nunca tivesse acontecido.
Não retiro qualquer link porque gosto de ler o que se escreve no Blog em causa, mas não estou na disposição de travar qualquer novo diálogo com o seu autor.
LNT
2:02:00 da tarde
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 [1.242/2004]
Mezinhas
O seu computador anda lento, tem atrasos temporários, debita pop-ups e atira-o para onde não quer?
Provavelmente foi agarrado por spyware, adware ou hijackers.
Não desespere! Vá até Getnetwise e pode ser que resolva a questão.
Não tem nada que agradecer, nem tão pouco que nos culpar se alguma coisa não correr bem.
LNT
1:29:00 da tarde
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[1.241/2004]
Outsourcing liberal
Os nossos amigos liberais adoram o Estado. Combatem-no nas palavras, amam-no na prática.
Os nossos amigos liberais adoram ser gestores públicos. Ambicionam ser dirigentes da Administração Pública. Detestam e desconfiam dos trabalhadores da Administração Pública e contratam em Outsourcing, assim que tomam posse dos lugares dirigentes, os outros liberais que todos os dias dizem mal do Estado mas que morreriam à fome sem ele. Com os "funcionários públicos" aprendem os negócios de estado e canibalizam-nos gulosamente no conhecimento dos grandes volumes.
Os nossos amigos liberais pelam-se por um subsídio, venha do Estado ou da UE.
Os nossos amigos liberais sonham com a selecção num concurso público.
Os nossos amigos liberais acreditam na livre circulação de pessoas e bens e no livre mercado e escalpelam-se com a imigração e com a invasão de produtos estrangeiros.
Nunca houve tantos liberais como desde que as torneiras comunitárias se fecharam. Nunca mais haverá liberais quando perderem o mercado que o Estado lhes garante.
LNT
1:07:00 da tarde
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[1.240/2004]
As falsas questões das fogueiras e guilhotinas
Nos últimos dias, por causa das declarações do indigitado Comissário italiano, algumas pessoas ressuscitam as posições e atitudes de alguns vultos históricos: Torquemada e Robespierre (este sem o citarem).
Não está em causa a fé do referido senhor. Pouco me importa que seja católico, judeu, muçulmano, budista, agnóstico ou ateu.
A sua fé merece respeito, assim como as suas posições. Contudo, com base nas declarações que fez no Parlamento Europeu, o senhor não tem, de todo, o perfil adequado para Comissário Europeu da Justiça, Liberdade e Segurança. Por mais qualificações técnicas que possa ter.
Há quem, e legitimamente, entenda o contrário, que o senhor tem condições para desempenhar o cargo de Comissário. Porém, algumas dessas vozes criticam os que entendem que o Comissário indigitado pela Itália não tem perfil, denominando os críticos como neo-inquisidores.
Ora, não só a interpretação histórica (da Inquisição) está a ser deturpada, como os mais inveterados defensores do Comissário indigitado, entre-linhas, consideram que os críticos do senhor italiano estão a aclamar por uma condenação que passa pela fogueira ou pela guilhotina. Nada disto.
Volto a afirmar o que escrevi num texto anterior: não bastam as qualificações profissionais, se as posições no domínio moral, não são as mais consentâneas, sobretudo no que à paridade do género diz respeito.
Felizmente, já não nos encontramos em época de absolutismo e todos têm direito a manifestar o seu ponto de vista, sem serem condenados à fogueira ou à guilhotina.
Não se trata de uma questão de fé, da proveniência política, mas sim de um perfil que não se ajusta a uma UE, onde se quer os Direitos sejam iguais tanto para o Homem como para a Mulher.
Não deixo de notar como algumas pessoas que afastam o critério da moralidade, para avaliar o Comissário italiano, baseiam a sua posição em argumentos puramente morais.
Queiramos ou não, somos Seres pejados de Moral.
CMC
9:39:00 da manhã
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[1.239/2004]
A lupa italiana da UE
Os políticos italianos na UE têm estado na ribalta nos últimos tempos e este protagonismo não é pelas melhores razões.
Agora, é, o ainda Comissário, Mario Monti a defender uma tese radical, destabilizadora e pouco democrática. Para o Comissário, o Estado que disser "não" ao Tratado Constitucional deve sair da UE.
Ora, o recado pode visar britânicos e dinamarqueses, pelo menos. Mas, não tenhamos ilusões, se esta tese vencesse, não me admiraria nada que fossem muitos mais Estados, para além do Reino Unido e Dinamarca, a sair da UE.
Ainda recentemente, numa visita oficial a Madrid, o Presidente checo afirmou sem tibiezas que quem não defende este Tratado Constitucional tal signifique, do mesmo modo, que esteja contra a União Europeia.
Lamentavelmente, o projecto europeu ainda não é um projecto dos cidadãos europeus, para quem, essa coisa de UE, mais do que um OPNI (Objecto Político Não Identificado), é um ser - do qual têm noção da sua existência - esquisito, distante e estranho, sabendo-se que o seu cérebro está na capital belga.
Provavelmente, alguns Estados europeus não ratificarão o Tratado. Porém, não se pode aplicar o modelo irlandês (referendo do Tratado de Nice), de que se realizam consultas populares as vezes que forem necessárias para aprovar.
Os políticos só se lembram de que a UE existe para os cidadãos quando têm de realizar campanhas para o Parlamento Europeu. Depois, admiram-se que as pessoas estejam pouco informadas, não se interessem e se abstenham, em elevado número, quando são convocadas as eleições.
Quanto aos políticos italianos, são, sem sombra de dúvidas, um caso peculiar. Do líder do executivo, ao Presidente da actual Comissão, agora a perspectiva defendida pelo ainda Comissário e as prestações do Comissário indigitado... palavras para quê? Italianos!
CMC
8:12:00 da manhã
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[1.238/2004]
Quase um português
Num emaranhado de links em torno do Blog Alternativa, peguei numa ponta levantada pelo Abrangente Evaristo, caí na escrita de Miguel Silva do Viva Espanha, para daí, em torno da especulação entre cidadão e compatriota, me perder na leitura de um Blog que está a fazer um ano de existência e que, sabe-se lá porquê, nunca tinha visitado.
Foi uma interessante leitura porque no Quase em Português, Lutz, um arquitecto alemão, dá-nos a visão com a perspectiva de quem tem vivências diferentes das nossas e optou por Portugal há 11 anos, onde trabalha, sustenta e educa os filhos, tendo em boa hora entendido partilhar em blog o seu entendimento sobre as lusas realidades.
A imagem seleccionada para referir o Quase em Português é uma armadilha para moscas retirada daquele blog, num Post onde nos conta ser cilada infalível porque, a entrada situada no centro, não permite a fuga dos insectos.
Quase a mesma armadilha que muitos outros cidadãos não compatriotas sentem por aqui buscar abrigo participando no desenvolvimento do Rectângulo, cada vez menos solidário, e que hoje na fuga à polícia se deixam prender na exploração que a garrafa representa.
Ficam as boas-vindas para Lutz que desde hoje está alojado na nossa coluna de links.
LNT
1:50:00 da manhã
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 [1.237/2004]
Rádio Universidade de Coimbra - 107.9 FM
Que bem se ouve a Íntima Fracção de Francisco Amaral.
LNT
Ref.: RUC - Créditos para Leonel Vicente - Blog Íntima Fracção
1:00:00 da manhã
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domingo, outubro 24, 2004
[1.236/2004]
No Grazie (ver.LNT)
Se existe vez em que esteja de acordo com o Carlos (CMC), meu parceiro de Blog, e são muitas, quase sempre (excluindo algumas presidencialices e pouco mais), hoje e no Post que antecede o presente, não podia estar mais.
Para ocupar determinados cargos é necessário haver uma distância razoável de posições extremistas, única forma de garantir que esse cargo será exercido com isenção absoluta e que as opiniões pessoais pré-concebidas não irão influenciar o desempenho que se pretende de justiça de liberdade e de garantia de direitos.
Não estamos a falar de um qualquer lugar na burocracia de Bruxelas, mas de um pelouro de extrema importância, ainda por cima na sucessão de um titular exemplar, reconhecido pela globalidade dos europeus.
Rocco Buttiglione já deu provas que não lhe será possível manter a neutralidade em diversos aspectos e que a tolerância perante a adversidade do seu pensamento deixa muito a desejar.
José Barroso demonstrou, agora na Europa, o que se habituou a fazer em Portugal quando estava no poder, isto é, "falem para aí, que só farei o que entendo".
É tempo de alguém lhe explicar que esta forma de exercer o poder não é aceitável.
Espero que todos os Socialistas Europeus se associem a todos os que na Europa se batem pela liberdade do diferente e pela equidade de géneros e lhe demonstrem que esses tiques de intolerância não são admissíveis.
LNT
6:52:00 da tarde
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[1.235/2004]
No, Grazie
José Manuel Barroso parece ter uma estrelinha da sorte a acompanhá-lo, sobretudo desde que chegou a Bruxelas. Todos os azares lhe têm escapado (ainda bem!).
Porém, a sua firme determinação, em querer manter o comissário indicado pelo Governo transalpino na pasta das Liberdades e Garantias, depois do que o senhor disse aos parlamentares europeus, não é de todo muito afortunado.
O ainda comissário da pasta, o português Vitorino, defende a postura de Barroso em manter o italiano. Alguns governantes socialistas europeus (alemão, britânico e espanhol) também e vão pedir aos eurodeputados socialistas, dos seus países, para aprovarem esta Comissão.
Espero que o PSE e os Liberais não se deixem levar em cantigas e não aprovem, por causa do Comissário italiano.
Não está em causa a competência técnica, ou política - que Estado-membro da UE se atreveria a enviar um incompetente para o lugar de Comissário? Nenhum, obviamente. Trata-se, isso sim, de um aspecto de ordem moral. Dirão alguns: "ninguém é perfeito". De acordo. Mas, mal está uma organização que só se baseia em critérios puramente tecnocráticos. A pasta para a qual o Comissário italiano foi indigitado não se coaduna minimamente, em pleno século XXI, com a visão de um responsável que encara a mulher como um Ser meramente doméstico. Afinal, que Liberdades e Garantias queremos para a União?
Ninguém é um poço de virtudes. Qualquer bom-senso reconhece. Mas este bom-senso também reconhece que por muitas qualidades profissionais que uma pessoa possa ter, tal não é a única condição para preencher um lugar.
De que valem os 20 valores a uma pessoa licenciada em medicina se a sua sensibilidade para com os pacientes não existe? Bem pode fazer o juramento de Hipócrates as vezes que quiser, mas, como diria Abel Salazar: "um médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe."
CMC
4:48:00 da manhã
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