terça-feira, julho 17, 2007
[0.927/2007] Além da casca importa conhecer o interior
Circula por aí um certo histerismo, próprio da espuma dos dias, de que os partidos políticos são uma cambada de malfeitores. Verberam algumas pessoas, que pretendem enfatizar esta tese, estão aí os movimentos de cidadãos para defenderem os seus interesses e salvá-las das terríveis garras dos partidos. Ora, convinha primeiro notar que os partidos são constituídos por pessoas que, antes de serem militantes partidários, são cidadãos. Por outro lado, aqueles que hoje arrogam o estatuto de defensores dos movimentos de cidadania e anti-partidos, fizeram todo o seu percurso político dentro ou ligados a partidos, sem os quais, nunca teriam o reconhecimento público que granjeiam. Quando dizem que os partidos estão fechados e não escutam as pessoas, é um autêntico atestado de narcisismo a si próprio, bastante revelador de quem nunca se preocupou com estas questões enquanto militava num partido. Conheço um caso concreto de um dos actuais auto-assumidos independentes, pois, por coincidência, militava na mesma secção partidária da minha, e hoje quando ouço a pessoa a encher a boca com cidadania e participação das pessoas para tudo e para nada, recordo-me do período em que essa pessoa militava no partido, até tinha elevadas responsabilidades na estrutura partidária, mas nas reuniões e encontros de militantes de base nunca vi por lá e, pelo que sei, nalguns casos nem nas reuniões nacionais. Mas, enfim, quem duvida dos poderes mágicos da televisão não devia, pois o pequeno ecrã, que normalmente só serve uma imagem e não mostra o todo, cria uma imagem que, uma vez conhecida com mais pormenor, nem sempre corresponde ao que se vê. Por conseguinte, os partidos têm defeitos e virtudes. Estes méritos e deméritos dependem dos militantes que os dirigem e, também, dos que neles militam. Além da espuma dos dias e da histeria que tende a dizer hoje que os partidos não prestam, importa notar que os partidos são compostos por pessoas desta sociedade, não são seres especiais ou de outro mundo, são pessoas como o comum do cidadão... Portanto, e dado este pouco conforto com os partidos que alguns querem fazer crer e outros podem acreditar, a ser assim, deve ser algo de mais preocupante na nossa sociedade democrática. Penso que se trata de espuma destes dias. CMCEtiquetas: Política
3:46:00 da tarde
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