quarta-feira, agosto 08, 2007
[1.055/2007] Despenhando-se no ninho de cucos Exercícios no absurdo
Imagine-se a viver num país onde se passem os dois seguintes casos:
1– É cliente habitual de uma conceituada loja de marca que, entre outras coisas, pelo volume de compras que lá costuma fazer, lhe atribuiu um cartão de cliente para o fidelizar.
2– É cliente de uma instituição bancária que gasta milhões em marketing para o fidelizar e promover novos produtos. Imagine que para além de cliente é também pequeno accionista dessa instituição desde o dia em que o seu gestor de conta o convenceu a aproveitar uma magnífica oportunidade de garantir melhor rentabilidade àqueles poucos euros que estavam a mais na sua conta à ordem.
No primeiro caso, adquire uma camisa que não consegue usar.Por uma qualquer incompatibilidade entre a peça adquirida e a sua pele, cada vez que a tenta vestir surgem manchas no tecido que inviabilizam a sua utilização. Dirige-se à loja onde é cliente habitual apresenta a questão, tratam-no com a deferência habitual mas não lhe resolvem o problema porque tem de ser levado a decisão. Dois dias depois ligam-lhe a dizer que já venderam milhares de camisas com aquele tecido e que nunca tiveram qualquer reclamação. Explica que não quer ser tratado como mais um entre os milhares e que o seu problema é não conseguir dar uso a um produto que adquiriu naquela loja. Continua a ouvir todo o tipo de argumentação que só é interrompida (para ser levado a decisão superior) quando informa a sua interlocutora de que vai escrever à direcção da empresa a expor a questão (entretanto já problema) e a solicitar como garantia para continuar a ser cliente que os produtos possam ser previamente testados para verificação de compatibilidade. Por enquanto imagine que este caso é só ficção. Se um dia deixar de o ser é possível que se indique o nome da loja. Talvez nessa altura se entenda que é preferível resolver os incidentes com o cliente antes deles se transformarem em problema do fornecedor.
No segundo caso, imagine que era possível que nessa Instituição bancária, uma das maiores e mais importantes desse inimaginável país, a administração se envolvia em jogos internos de poder, sacava dos missais que tinha em cima da mesa e, em vez de por eles rezar para que as preces garantissem confiança, passava a utilizá-los como arma de arremesso. Para mais, quando já havia estragos assnaláveis de imagem mas parecia ter retornado o bom senso, uma incompreensível ineficiência técnica desacreditava a fiabilidade da gestão informática da instituição. Imagine, por absurdo, que uma situação destas reduzia a patacos o valor da magnífica oportunidade que o seu gestor de conta lhe tinha impingido.
Não há nenhum país decente onde a iniciativa privada funcione assim até porque as entidades reguladoras o não permitiriam, pois não? LNTEtiquetas: Iniciativa Privada, lnt, Silly season
12:24:00 da tarde
. - .
Página inicial
. - .
Comentários (0)
|
|