quarta-feira, outubro 26, 2005
[1.480/2005] A miopia e pedinchice partidárias lusas e o desafio britânico
O Conselho de Ministros europeu reúne amanhã no Reino Unido. Tony Blair quis escapar ao modelo formal da reunião e preferiu uma sessão de trabalhos num palácio real britânico aos corredores tecnocráticos de Bruxelas. Não foi só o simbolismo do local que Blair quis mudar, também procurou promover uma reunião de cariz puramente político, em vez de um encontro estritamente técnico. Com uma simples questão para debater amanhã: que UE se quer e pode ter no mundo globalizado, os Chefes de Estado e de Governo deverão contribuir dando a sua perspectiva. Deixando, para Dezembro, a resolução das Perspectivas Financeiras 2007/2013, que, entretanto, a partir de Novembro, o Governo britânico, que preside à UE, trabalhará, individualmente com cada Estado-membro, para que a sua aprovação, como penso que acontecerá, se efectue no último mês do ano. Como é hábito, em Portugal, o Primeiro-Ministro ouviu os diversos partidos políticos com assento parlamentar sobre a ordem de trabalhos da Cimeira europeia. No fim do encontro entre o primeiro do Executivo e os partidos, que manifestaram os últimos? Apenas se referiram às Perspectivas Financeiras, o tema que não será abordado nos trabalhos de amanhã, como a Presidência britânica deixara bem claro. Em suma, apenas pedincharam. Sobre a forma como enfrentar a globalização, que defesa para o Modelo Social Europeu, dos partidos, que UE no mundo globalizado, nada. Nem uma única visão, nem uma única proposta. Apenas norteava o discurso partidário o dinheiro de Bruxelas. Quem apenas pedincha, não vê o amanhã. Por isso, muitos dos desafios e dificuldades com que o país se confronta não são encarados. (Lá está, a orientação para o passado da política portuguesa! Até quando?!) Como pode um país pensar o amanhã se apenas circunscreve a sua leitura ao já? Estes momentos são bem um espelho da falta de visão que os partidos têm de e para Portugal. Infelizmente, quem não preparar e preparar-se para o amanhã agora, tornar-se-á ultrapassado pelo ritmo global. Por isso, o Governo de Blair se distingue na Europa. Uma equipa que trabalha para preparar a sociedade, no caso a britânica, para o porvir, enquanto outros Governos europeus encontram-se a braços com a decadência. Orientações, opções e liderança. Palavras e sentimentos chave do poder político britânico. CMC
3:44:00 da manhã
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