quinta-feira, março 25, 2004
[00.218/2004] Bombas blasfemantes
Caro Blasfemo PMF É, tem de ser sempre possível enquadrar a discussão no plano dos quadros axiológicos e éticos que fundamentam a democracia. Temos de o fazer embora partindo do princípio que esta normalidade não é a "nossa normalidade". É a normalidade dos terroristas numa lógica que nada tem a ver com a moralidade, seja ela judaico-cristã, muçulmana, budista, ou qualquer outra. É a mesma (a)normalidade que nos choca quando alguém friamente toma os comandos de um avião comercial e transforma os passageiros meninos, jovens, adultos e idosos em peças de um petardo que se atira contra um edifício pejado de gente. Sempre me fez confusão que quando se referem as vítimas de NY se excluam (mentalmente) os passageiros dos aviões, quase os considerando parte do objecto de arremesso. Como se as vítimas nestes casos de uma (a)normalidade que nos transcende não fossem todos os que involuntariamente morrem. Ou haverá alguma normalidade na lógica de cada morte? Somos levados a quantificar e a considerar que o assassinato é tanto mais grave quantos mais morrerem. Se é verdade que o choque do terror está para o medo na razão directa do número dos atingidos, nunca, por nunca ser, podemos deixar de considerar cada morte per si como um lamentável e repugnante acto. Os meninos, bem como os passageiros de NY são sempre mais uma das vítimas do mesmo assassínio em lógicas insanas de terror. É impossível pedir normalidade (a nossa normalidade) a quem está disposto a morrer para matar. A lógica do terrorismo é o medo absoluto, aleatório, indiscriminado e sem alvo específico. É o que a diferencia da do atentado. Mas tem sempre de ser possível enquadrar a discussão em todos os planos da ética da democracia. É a única forma de combater o terror e conter o medo. LNT
1:50:00 da tarde
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