domingo, abril 25, 2004
[00.359/2004]
As Brumas do Futuro
Sim, foi assim que a minha mão
surgiu de entre o silêncio obscuro
e com cuidado, guardou lugar
à flor da Primavera e a tudo
Manhã de Abril
e um gesto puro
coincidiu com a multidão
que tudo esperava e descobriu
que a razão de um povo inteiro
leva tempo a construir
Ficámos nós
só a pensar
se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós
a hesitar
por entre as brumas do futuro
A outra acção prudente
que termo dava
à solidão da gente
que desesperava
na calada e fria noite
de uma terra inconsolável
Adormeci
com a sensação
que tínhamos mudado o mundo
na madrugada
a multidão
gritava sonhos mais profundos
Mas além disso
um outro breve início
deixou palavras de ordem
nos muros da cidade
quebrando as leis do medo
foi mostrando os caminhos
e a cada um a voz
que a voz de cada era
a sua voz
a sua voz
[00.358/2004]
Liberdade
A Liberdade não pode ser coarctada a nenhuma pessoa em nenhum regime, por mais déspota que seja. Mas a Liberdade só é verdadeira prisioneira da sua própria liberdade quando um povo a pode provar sem qualquer tipo de peias.
Talvez seja uma utopia, a Liberdade, mas há sonhos pelos quais vale a pena acreditar, especialmente quanto estamos mais livres.
Abril é um desses sonhos recentes do Portugal contemporâneo, pelo qual devemos zelar e, especialmente, tentar concretizar.
CMC
3:02:00 da manhã
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