segunda-feira, maio 31, 2004
[00.566/2004]
As eleições
O tempo é de campanha eleitoral, pois avizinha-se uma eleição a curtíssimo prazo. Faltam menos de 15 dias. O motivo destas eleições prende-se com a eleição de portugueses para o Parlamento Europeu, facto que só ocorre de 5 em 5 anos.
Pelas primeiras horas de campanha ainda não vi nenhum partido ou coligação falar, debater, combater ou defender União Europeia. Apenas vi, li, ouvi algumas alusões efémeras ao nome Europa, isto porque, tratando-se de pessoas que irão representar Portugal e os respectivos partidos na Assembleia de Bruxelas e Estrasburgo, convém dar umas breves pinceladas, não vá pensar o mais incauto que se está a eleger pessoas para outra coisa qualquer.
Segundo consta, dados vindos a lume na semana passada, mais de metade da população ainda não sabia o dia das eleições. Sempre há a desculpa de a campanha ainda não ter começado, mas, mesmo este lapso não deixa de ser lastimoso, bem como aquele que ocorreu no passado sábado, quando alguém na magnífica zona das Docas, em Lisboa, onde decorreu uma acção de campanha da coligação da maioria questionava se, o que ali se realizava, era uma acção do PPD ou do CDS. Tal não é a confusão eleitoral que reina, e eu, incauto das melomanias, só no outro dia me apercebi, ao fazer zaping pelo Cabo, de que o hino do nosso Europeu 2004 se intitula "Força". Coincidência com algo deste acto eleitoral?
As primeiras horas da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu mais me parecem um referendo a esta legislatura e, também, a alguma criação de factos que alvitram uma brevíssima aparição de hipotéticos candidatos presidenciais. Por conseguinte, decorre uma campanha, até agora, para qualquer cargo, menos para o do Parlamento Europeu.
Resta esperar que os debates televisivos sejam mais promotores dos projectos que cada um tem para a UE.
É por esta forma de fazer política que as vistas nacionais tendem a ser curtas. Tudo, ou quase tudo, se move para o imediato, para o já. O resto, depois, logo se vê. Será que alguém, no meio desta campanha, já se deu conta que estamos a breves dias de termos uma verdadeira revolução na União Europeia, caso o Conselho de 17 e 18 de Junho aprove, como tudo o indica, a Constituição Europeia? Para não falar da polémica entretanto hibernada, do referendo, que, caso suceda, passará mais depressa pela chancela da Assembleia da República do que pelo escrutínio nacional.
Sendo das escolhas mais importantes que se fazem, as eleições europeias continuam a ser uma prioridade de segunda ordem. Apenas servem para avaliar Governo e oposição e depois tirar, cada lado, as devidas ilações. Os vencedores podem considerar-se no bom caminho e os perdedores no mau.
Todavia, como tem sido hábito nos últimos anos em Portugal, existem sempre partidos vencedores e nunca perdedores. Idiossincrasias eleitoralmente lusitanas!
CMC
3:42:00 da manhã
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