segunda-feira, julho 19, 2004
[00.844/2004]
A Nova Oposição
Há poucos dias, em conversa com amigos, dizia que a grande oposição deste Governo, que ontem tomou posse, estaria mais nos dois analistas com filiação partidária de cor laranja, do que propriamente na oposição tradicional. Enquanto o PS arranja a sua mobília interna e os outros dois partidos de esquerda mantêm a sua tradicional postura, é ver, a nova oposição, a televisiva, a desmembrar, com cabeça tronco e membros, os argumentos do novo líder do executivo, bem como a explicar os erros das novas divisões ministeriais.
Na SIC-Notícias, o proprietário do Abrupto, colocou os pontos nos i, no pequeno, mas sempre excessivo, despesismo da aparentemente inócua mudança de nomes de ministérios. Outros pontos foram destrinçados e refutados, como medidas pouco salutares, a bem da res publica.
Na TVI, tirando dois Ministros, o da Presidência e da Saúde, todos os outros estão desfasados do Ministério que irão tutelar. Mais. O militante da "Nova Esperança", num estilo de analista de ganhos e perdas do seu próprio partido, lamentou a vitória do partido minoritário da coligação por ter mais peso e influência neste novo Governo do que o PPD, que das principais áreas (Defesa, Negócios Estrangeiros, Administração Interna, Justiça e Finanças) só tem um militante do partido, o da Justiça, os outros ou são do CDS ou são independentes. Mas, até o titular da Justiça não tem peso político suficiente para poder marcar a preponderância do partido maioritário.
Se a política da actualidade vive de líderes, independentemente da legitimidade que tenham ou não, "fabricados" pela televisão, o revés, para esses dirigentes, é que a sua oposição, mais combativa, acaba por emergir do mesmo espaço de onde surgiram as novas lideranças.
É caso para parafrasear: quem com ferros mata, com ferros morre.
CMC
3:02:00 da tarde
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