quarta-feira, julho 21, 2004
[00.852/2004]
Novos e velhos
Francisco J. Viegas fala, no Aviz, da juventude e da terceira idade.
O tema a ser explorado até à exaustão, talvez não na dicotomia oposta, por se tratarem de duas realidades diferentes com causas/soluções diversas, mas aproveitando o contraste da abordagem.
São claramente dois temas não comparáveis que deixam pelo meio a meia-idade, incorrendo no mesmo vício da política que esquece sistematicamente as questões da classe média.
No entanto, o texto do Aviz, até pela sua radicalidade, ("esta ideia da «protecção à juventude» parece-me coisa para mentecaptos" / "os velhos sim, precisam de ser bem tratados") mexe bem fundo na realidade social de um País, tantas vezes mergulhado no profundo do pior sentido que a palavra "populismo", tão em voga, comporta.
Apoiam-se os futuros, os desenvolvimentos, os empreendimentos, os lucros, não na perspectiva da sustentação da qualidade para todos, com o cuidado especial dos passados (ainda sobrevivos), mas na de mercado de consumo, individualismo e egoísmo. Sem exigência de contrapartidas, sem o respeito pela experiência e pela sabedoria.
Os mais velhos que sejam enclausurados, que percam o lugar na família depois de o terem perdido na sociedade. Um desperdício, o pior dos desperdícios, a injustiça total aos que antes fizeram o caminho e a quem depois de consumidos nada mais resta do que aguardar, desprotegidos, a morte.
LNT
Nota: É este mesmo tipo de desrespeito que leva o poder a não prestar a cidadãos que dedicaram a vida inteira ao "bem-fazer" e à "coerência", caso de Maria de Lurdes Pintassilgo, as Honras de Estado que lhe eram devidos.
11:27:00 da manhã
. - .
Página inicial
. - .
Comentários (0)
|
|