sábado, julho 31, 2004
[00.895/2004]
Ainda a CPLP
Leitura retardada, mas ainda válida, o Abrangente e o Bloguítica, acerca da V Cimeira CPLP.
No fundo (infelizmente) continua a comungar-se do mesmo sentimento para com esta organização: frágil e sem grandes impulsos, para além das já tradicionais fotos que marcam os encontros.
O Presidente do Brasil deu alguns sinais de interesse, que, para mim, são mais do interesse, legítimo, do Brasil fazer uma aposta empresarial na África lusófona. Angola e Moçambique, principalmente, como se pôde constatar no último périplo de Lula da Silva pela África austral, do que investir na CPLP.
Mas, Portugal e o Brasil têm sido os grandes carregadores da CPLP. Contudo, quer o primeiro, mais preocupado com a UE e o segundo com o Mercosul, não fazem da CPLP uma prioridade imediata.
Quanto aos Estados africanos, a Guiné-Bissau pela instabilidade política e pobreza notória não tem outra prioridade que não seja a estabilidade interna. São Tomé e Príncipe, a braços com a crise política, tem uma dor de cabeça com a mina petrolífera dos seus mares e os braços-de-ferro, de bastidores, mostram como o pulso nigeriano é forte. Moçambique está numa fase pré-eleitoral e o sucessor de Chissano é um assunto mais importante, assim como Angola, que me parece olhar para a lusofonia como um novo colonialismo, agora que é um país independente e uma potência regional, fraca pela realidade social e económica do país, mas não deixa de ser uma potência, e não está para seguir o que Lisboa e Brasília traçam, ou pelos menos dá a entender isso, como se Luanda não fosse, ela própria uma voz com bastante peso na CPLP. Cabo Verde pode ser uma ponte entre todos os Estados da CPLP, pelas suas peculiares condições, as mesmas que fazem de Cabo Verde o país com maior estabilidade dos países africanos lusófonos.
Enquanto Timor-Leste dá os seus primeiros passos de independência.
Todavia, desta Cimeira resultam alguns factos interessantes, como o caso do papel de observador da Guiné-Equatorial. A Galiza também fará parte deste conjunto de observadores. Assim como haverá, pelo que consta, outros Estados, em que as comunidades lusófonas têm peso demográfico.
Mesmo delicada, a CPLP lá vai dando uns passitos.
CMC
10:01:00 da tarde
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