sábado, julho 24, 2004
[00.860/2004]
As asas sobre o Mundo
A casa onde vivo tem pré-instalação de ar condicionado. Era uma das características destacadas pelo vendedor já lá vão uns 12 anos. A técnica de vendas, a mesma que leva o governo de continuidade na estabilidade a deslocalizar uns adjuntos de ministro para algumas capitais de distrito, fingindo cumprir, tal como a promessa de frescura no apartamento, no engano do incautos.
Os custos, do fresco e da deslocalização vêm depois: - os do primeiro com a aquisição dos aparelhos de refrescamento, do segundo com o Orçamento de Estado a abrir os cordões à bolsa para cumprimento da promessa sem resultados úteis.
Vivemos tempos de faz-de-conta, já o tinha dito antes.
Entretanto destilo na brasa do capacete vindo de Alcácer-Quibir. Falta uma semana para que o Mar me envolva.
Na hora que isto escrevo, Carlos Paredes vai a enterrar. Com as honras que alguém se esqueceu de dar igualmente a Pintassilgo, hà alguns dias atrás.
Portugal assiste à partida dos seus melhores e olha para o futuro com uma sensação de vazio, que assusta. Ninguém quer ver mais do que o presente e o imediatismo do efémero. A mediocridade instala-se nos ecrãs, atirando para a ribalta uma história sem conteúdo e estórias de virgens falsas ofendidas como fabricadores de mais fantasias.
Faz-de-conta, já se disse.
Toca por nós, Paredes, As asas sobre o Mundo ou um concerto com Regiani.
LNT
4:19:00 da tarde
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