quarta-feira, outubro 06, 2004
[1.147/2004]
Incomparáveis
A pregação dominical acabou. Pelo menos na TVI. O que, independentemente do que se venha a saber, é lamentável. Lamentável porque o fim das prédicas acontece no exacto momento em que um governante teceu duras críticas à personalidade que há mais de quatro anos, todos os domingos, expelia palavras no microfone de Queluz.
Deduz-se, do nevoeiro ainda envolto nesta rescisão de serviços, que há dedo do Governo e que um canal de televisão cedeu ao poder político.
Veremos, em breve, o que realmente causou este rompimento, mas de uma coisa podemos estar certos, qualquer comparação entre o Primeiro-Ministro português e o seu homólogo italiano resume-se somente ao cargo que ambos desempenham na actualidade. Pois, quando o líder do actual executivo português terminar o seu mandato, veremos quando e como, ele não terá, nem tem como o italiano, uma mão cheia de tudo e outra cheia de muito.
Quem não se vai deixar ficar é o ex-pregador dominical. Então logo ele, hábil como poucos neste país para engendrar esquemas, e apreciador nato, como militante partidário, do Presidente do seu partido.
Pelos vistos, há quem pense que ganhar uma batalha é o mesmo que ganhar uma guerra. Como se enganam.
A vitória de hoje, passaporte da perda da guerra de amanhã, é apenas o pequeno contributo, o necessário, para que certas pessoas estejam à beira de deixar de estar na política portuguesa.
CMC
7:17:00 da tarde
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