domingo, outubro 24, 2004
[1.235/2004]
No, Grazie
José Manuel Barroso parece ter uma estrelinha da sorte a acompanhá-lo, sobretudo desde que chegou a Bruxelas. Todos os azares lhe têm escapado (ainda bem!).
Porém, a sua firme determinação, em querer manter o comissário indicado pelo Governo transalpino na pasta das Liberdades e Garantias, depois do que o senhor disse aos parlamentares europeus, não é de todo muito afortunado.
O ainda comissário da pasta, o português Vitorino, defende a postura de Barroso em manter o italiano. Alguns governantes socialistas europeus (alemão, britânico e espanhol) também e vão pedir aos eurodeputados socialistas, dos seus países, para aprovarem esta Comissão.
Espero que o PSE e os Liberais não se deixem levar em cantigas e não aprovem, por causa do Comissário italiano.
Não está em causa a competência técnica, ou política - que Estado-membro da UE se atreveria a enviar um incompetente para o lugar de Comissário? Nenhum, obviamente. Trata-se, isso sim, de um aspecto de ordem moral. Dirão alguns: "ninguém é perfeito". De acordo. Mas, mal está uma organização que só se baseia em critérios puramente tecnocráticos. A pasta para a qual o Comissário italiano foi indigitado não se coaduna minimamente, em pleno século XXI, com a visão de um responsável que encara a mulher como um Ser meramente doméstico. Afinal, que Liberdades e Garantias queremos para a União?
Ninguém é um poço de virtudes. Qualquer bom-senso reconhece. Mas este bom-senso também reconhece que por muitas qualidades profissionais que uma pessoa possa ter, tal não é a única condição para preencher um lugar.
De que valem os 20 valores a uma pessoa licenciada em medicina se a sua sensibilidade para com os pacientes não existe? Bem pode fazer o juramento de Hipócrates as vezes que quiser, mas, como diria Abel Salazar: "um médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe."
CMC
4:48:00 da manhã
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