segunda-feira, outubro 25, 2004
[1.239/2004]
A lupa italiana da UE
Os políticos italianos na UE têm estado na ribalta nos últimos tempos e este protagonismo não é pelas melhores razões.
Agora, é, o ainda Comissário, Mario Monti a defender uma tese radical, destabilizadora e pouco democrática. Para o Comissário, o Estado que disser "não" ao Tratado Constitucional deve sair da UE.
Ora, o recado pode visar britânicos e dinamarqueses, pelo menos. Mas, não tenhamos ilusões, se esta tese vencesse, não me admiraria nada que fossem muitos mais Estados, para além do Reino Unido e Dinamarca, a sair da UE.
Ainda recentemente, numa visita oficial a Madrid, o Presidente checo afirmou sem tibiezas que quem não defende este Tratado Constitucional tal signifique, do mesmo modo, que esteja contra a União Europeia.
Lamentavelmente, o projecto europeu ainda não é um projecto dos cidadãos europeus, para quem, essa coisa de UE, mais do que um OPNI (Objecto Político Não Identificado), é um ser - do qual têm noção da sua existência - esquisito, distante e estranho, sabendo-se que o seu cérebro está na capital belga.
Provavelmente, alguns Estados europeus não ratificarão o Tratado. Porém, não se pode aplicar o modelo irlandês (referendo do Tratado de Nice), de que se realizam consultas populares as vezes que forem necessárias para aprovar.
Os políticos só se lembram de que a UE existe para os cidadãos quando têm de realizar campanhas para o Parlamento Europeu. Depois, admiram-se que as pessoas estejam pouco informadas, não se interessem e se abstenham, em elevado número, quando são convocadas as eleições.
Quanto aos políticos italianos, são, sem sombra de dúvidas, um caso peculiar. Do líder do executivo, ao Presidente da actual Comissão, agora a perspectiva defendida pelo ainda Comissário e as prestações do Comissário indigitado... palavras para quê? Italianos!
CMC
8:12:00 da manhã
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