sábado, outubro 30, 2004
[1.268/2004]
Tempos correntes
A política nacional chegou a um ponto de excessiva previsibilidade. Os vencedores conhecem-se por larga antecipação temporal.
O enclave partidário, que se realizará dentro de duas semanas, será um espectáculo litúrgico desgostoso. Hossanas ao líder, que bem precisava, para despertar (não da sesta), de uma personalidade igual àquela que há uns anos, mesmo sem qualquer credibilidade, animava os congressos e forçava os líderes de então a ter de arregaçar as mangas para justificar o seu poder. Onde é que pára essa personalidade hoje?
Não há, por que tal figura deixou de existir, visto que os líderes também acabaram.
Há dias dizia-me uma pessoa: "o Sócrates nem se precisa de mexer".
Ontem, uma sondagem dava ao PS cerca de 50% das intenções de voto. Se o país continuar com este estilo e ritmo governativo, sujeita-se a receber percentagens superiores.
O resultado final da encruzilhada, do principal partido da maioria governativa, é previsível. O primeiro sinal do declínio deste novo ciclo eleitoral será dado dentro de 15 dias, quando a luz do poder encandear a militância (acrítica) que não ousará questionar a actual situação.
Este é um problema que os partidos de poder já deviam ter aprendido: ser mais críticos internamente, quando se está no poder, muito mais do que quando se está na oposição.
O grau de autismo, aquando da permanência no poder, é elevado e, neste momento, só mesmo os autistas não se reconhecem a si mesmos.
Entretanto, quem paga a pesada factura, são os portugueses contribuintes. Os "chico-espertos" continuam a deliciar-se com esta falta de orientação do Estado, pois a lei consuetudinária lusitana faz dos cumpridores os parvos do costume.
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7:46:00 da tarde
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