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      | quarta-feira, novembro 24, 2004 
 
   [1.386/2004]
 Caro Paulo,
 
 Naturalmente que a NATO não podia chegar à porta da Ucrânia, tocar à campainha e depois perguntar ao guardião da Presidência, fiel devoto de Moscovo, se queria aderir à aliança do antigo inimigo do Pacto de Varsóvia. Até porque, para afronte da Rússia, a NATO preferiu entrar, com pés de cordeiro, que Moscovo sentiu como de elefante, nos Estados Bálticos.
 Não nos podemos esquecer, por outro lado, do armamento militar que a Ucrânia herdou da URSS.
 Naturalmente que os russos não são parvos e percebem que todos os palmos de terra contam neste globo. Certamente ainda ouviremos falar muito do enclave de Kalininegrado, quando as tensões entre o oeste e o leste surgirem.
 Esperar, pouco mais de uma década depois da queda da URSS, que um Estado como a Ucrânia pudesse aderir à NATO, seria excesso de audácia por parte dos Estados da Aliança Atlântica. Sobretudo quando, após a queda da URSS se formou a CEI. Tendo o Ocidente a perfeita noção de que a esfera de influência de Moscovo, nos Estados mais a ocidente, passaria, inevitavelmente, pela Bielorússia e pela Ucrânia. Não é por acaso que um ex-Primeiro-Ministro russo, da era de Yeltsin, Viktor Tchernormirdin, é embaixador russo em Kiev.
 Se o acordo entre Moscovo e Minsk, para aproximar, ainda mais, os dois países, nomeadamente com a existência de uma só moeda - o rublo, em 2005, já está acertado, é perceptível que este pacto, económico e financeiro, venha a ser alargado à Ucrânia, como devem querer os russos. Agora, a ver vamos se tal será possível. Tudo depende do desfecho destas eleições.
 Em suma, caro Paulo, o Ocidente nunca abdicou da Ucrânia, a Rússia é que permaneceu no berço da sua nacionalidade - a Ucrânia.
 CMC
        
        
         3:04:00 da tarde
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