terça-feira, novembro 23, 2004
[1.380/2004]
Devia acreditar mais
nas certezas do Pai Natal russo
Escrevi o texto que se segue há sensivelmente 24 horas. Passavam poucos minutos das três da manhã de segunda. Não o coloquei na altura por que não consegui. Optei por guardar e, depois das poucas e contraditórias notícias que chegavam, decidi não o colocar durante o dia. Mas, pelo sim pelo não, o texto já estava escrito e se a vitória do candidato pró-Moscovo vencesse, colocava-o, caso contrário o texto deitava-se fora, por falta de razoabilidade.
Felizmente não apaguei o texto, por que os sinais vindos de Kiev devem corresponder às palavras que escrevi na passada madrugada...
Eu já devia saber que o czar Vladimir, em matéria de vitórias, não se engana e raramente tem dúvidas, como parece que teve no caso ucraniano.
Mas, como escrevi há umas semanas, ele ganha eleitoralmente em todas as frentes.
De qualquer forma, o Pai Natal russo não se enganou e, numa reviravolta, o seu candidato preferido parece ser o vencedor das eleições presidenciais ucranianas, quando, logo após o encerramento das urnas, tal sinal era contrário.
Devia de acreditar no Pai Natal russo. Pelos vistos, deixei-me iludir pelos trajes dos Andes. Devo ter pensado que o Pai Natal deixava de o ser só por ter mudado de fardamento. Por isso ter manifestado, como ficou bem patente nas dúvidas do texto [1371]. Mas não. O Pai Natal russo jamais poderá deixar os seus irmãos ucranianos à mão de semear da NATO e, porventura, da UE. O império refaz-se e nenhuma das parcelas pode ficar de fora da sua edificação.
Afinal, a companhia do czar, na pose para a câmara fotográfica, é apreciada e por ambos desejada, por isso a sinceridade no aceno e no sorriso das duas personalidades, que são o exemplo político da actualidade. Uma procura para os problemas do planeta muito mais musculada e pouco dada ao emprego da palavra.
Mesmo à distância da Eslávia natal, aparentemente disfarçado, e bem acompanhado (segundo o seu critério de avaliação), o czar Vladimir não deixa os seus créditos vitoriosos por mãos alheias e soma mais uma vitória este ano. Ao todo foram quatro vitórias em quatro eleições presidenciais: a sua - na Rússia, na Bielorrússia, nos E.U.A. e na Ucrânia.
CMC
P.S.- Hoje o czar Vladimir encontra-se em Portugal. O líder executivo nacional deve ter pena da visita não ter sido uma semana antes, pois poderia pedir ao sábio e hábil político russo como se mexe numa grafonola política, sem esta ser colocada em causa. Tendo o bónus de receber uma lição gratuita de como não ser contrariado, no caso nacional, nem pela primeira figura do Estado. Nem sempre se pode ter tudo!
3:06:00 da manhã
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