domingo, dezembro 19, 2004
[1.498/2004]
Caro MFC,
Devo dizer, em primeiro lugar, que aprecio, enquanto político, o actual Presidente da Câmara Municipal do Porto. Mesmo não concordando com os seus pontos de vista, muito menos identificando-me com a sua doutrina política, não deixo de lhe reconhecer valor e frontalidade. Características não muito usuais nos políticos da actualidade.
Lembro-me, apesar de estar na capital, das cenas a que o senhor esteve sujeito no início do seu mandato, por causa do futebol.
Sei que é uma luta, entre a Câmara e a grande instituição desportiva da cidade, confrangedora, nos últimos anos. Ainda por cima quem perde, no meio desta peleja, é a cidade do Porto e os portuenses.
Ao Presidente da Câmara do Porto reconheço também, o que não é usual no nosso país, a não mistura entre política (principalmente a nível de autarquias) e futebol.
O que até tem sido, para ele, diga-se em abono da verdade, pouco frutífero. Por que nunca nenhum clube português alcançara os títulos que o Futebol Clube do Porto tem obtido nos três anos últimos anos. Os mesmos do seu mandato.
Mas, mesmo mantendo-se irredutível na sua posição, e por isso coerente, com a sua postura, o autarca não cedeu um milímetro nesta grande e abundante relação existente entre os políticos e os dirigentes desportivos portugueses.
Aos portuenses cabe escolher, em Outubro próximo, quem deve comandar os destinos da sua cidade. Mas uma marca fica do actual edil da Invicta, promiscuidade entre política e futebol: basta.
Sei que neste país as mais do que relações institucionais entre os dois mundos são abundantes.
Seria bom, daqui em diante, nem políticos, nem dirigentes desportivos fazerem uso próprio das suas posições nos dois mundos.
Um boa forma de começar a desmantelar esta feudalização de que o nosso país ainda padece, passa, em boa parte, pelo fim desta promiscuidade entre os dois mundos (política e futebol).
CMC
7:24:00 da tarde
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