segunda-feira, dezembro 27, 2004
[1.524/2004]
Caro Miguel,
Atrasado na nova resposta (ou melhor, calculo que no seu entender seja não resposta da minha parte), devido ao interregno que a época convida.
Todavia, gostaria de lhe responder novamente, visto que teve a amabilidade de retorquir. Por um lado, escreveu que não lhe tinha respondido. De facto, não respondi ponto por ponto, reconheço. Deduzi que a afirmação: "Está a pedir-me a Eureka para saída do descalabro das contas portuguesas. Se a questão fosse assim tão simples, a esta hora não estaria aqui. Como não sou portador de faculdades extra, para além da razão e emoção que me são inatas", tinha sido a resposta adequada e sintética ao rol de perguntas que me formulou. Por outro, o Miguel, afinal, do seu ponto de vista, até conhecia as respostas às questões que colocou. Tanto as sabia, segundo o seu entender, que acabou por as dar. E até considera o problema do défice "bastante simples".
O Miguel teve a gentileza de me corrigir no termo/definição catalaxia, empregue pelo seu ícone, Hayek. Ora, a catalaxia a que me refiro, a do jurista, politólogo e economista austríaco, prende-se com a defesa de uma sociedade livre se devia cingir a regras que deixassem o mercado funcionar por si, tendo por finalidade alcançar os resultados mais elevados.
Ora, meu caro Miguel, está no seu direito defender a sua tese, por que nela crê. Assim como, segundo Hayek defender a menor presença possível do Estado.
Mas, e infelizmente, o recente caso calamitoso que aconteceu no sudeste asiático vem provar como o Estado é fundamental. Quem, a não ser o Estado, terá de voltar a devolver aos milhões de desalojados, aos milhões de desempregados (empregadores e empregados), uma nova esperança num momento de catástrofe? Não é o mercado, por que esse não lida com a pobreza. Afasta-se dela e tem poucas preocupações com a miséria que grassa.
Certo de que continuaremos a ter a nossa perspectiva da sociedade, o mais importante, desde diálogo, é a troca de ideias. E estou seguro que não sou possuidor de nenhuma verdade absoluta.
CMC
9:57:00 da tarde
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