quarta-feira, dezembro 29, 2004
[1.530/2004]
Caro Hugo,
Obviamente que a crença e defesa feita por si e pelo Miguel não é de um Estado inexistente, isso sim, seria assumir uma posição anarquista, que nada tem em comum com a vossa concepção de sociedade.
Porém, como bem realça: "o nosso argumento é a eficiência". Este é um dos pontos nevrálgicos que nos distingue e diferencia da forma como concebemos, por que, do ponto de vista social-democrata, não basta somente a eficiência. Vivemos numa sociedade de desigualdades, e infelizmente cada vez mais gritantes. Ora, para inverter este fosso que se abre, a eficiência, por si só não chega. E permita-me assumir uma postura enunciada e equacionada por Rawls, de todos partirem do mesmo ponto de partida. Quando, ambos sabemos, que não partimos, muito menos estamos, no mesmo ponto de partida. Por conseguinte, a eficiência não é o único ingrediente numa sociedade que se quer mais justa. Mas já sei, que a tese de Hayek vai contra a justiça social, que pode descambar em totalitarismo. Todavia, se me permite, não se caia nesta simples análise em dicotomias, do bom e do mau, dos tais juízos de valor que Hayek não apreciava, mas que, ao fim e ao cabo, acabam por ser feitos.
O Estado tem um papel fundamental que não se resume, do meu ponto de vista, a actuar em determinados momentos, e a ser algo parecido como um juiz de uma partida que é extremamente indisciplinada, sem regras, e não só, sem intervir.
Certamente, que a minha perspectiva tem os seus defeitos, nomeadamente no que diz respeito à usurpação e usufruto do próprio Estado por parte dos seus dirigentes políticos. Mas também tem as suas virtudes.
De qualquer forma, como escrevi anteriormente, não considero a vossa respeitosa, e com bastante virtudes certamente, perspectiva como sendo anarquista ou algo próximo. Longe disso.
Votos de bom 2005.
CMC
6:42:00 da tarde
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