segunda-feira, janeiro 31, 2005
[0.211/2005]
Região árabe [ I ]
Caro João,
O Iraque votou, mas não realizou eleições democráticas.
Penso, pelo que tive oportunidade de ler e ouvir, o comentário do jornalista da SIC em Washington, Luís Costa Ribas, fez uma radiografia concreta e fidedigna do que se passou ontem no Iraque.
No meio da sua intervenção afirmou o jornalista: como pode haver eleições democráticas e esquecer a realidade iraquiana, com 135 mil soldados norte-americanos no solo iraquiano? E, para meu espanto, disse Costa Ribas, coisa que não ouvi a nenhum repórter no Iraque, as urnas de voto estavam escondidas. As pessoas nem sabiam onde iriam votar.
Todavia, levamos com imagens e reportagens todas elas exibindo a determinação de milhares de iraquianos. Sem esquecer de focar, pormenorizadamente, as mulheres.
De facto, reconheça-se, foi um acto de coragem, por parte de muitos milhares de iraquianos, pelo facto de se terem deslocado às urnas, apesar da premência que sob as suas vidas pendiam as várias ameaças por parte dos bandos terroristas.
Mesmo não sabendo onde estavam as urnas e, por incrível que pareça, ainda dizem que o acto é democrático, pessoas houve que se dirigiram às urnas para votar mas, em primeiro lugar, antes de depositar o voto, recensearam-se.
Para a história fica o dia. Votaram, nas ditas eleições democráticas iraquianas.
Os inúmeros e complexos problemas continuarão a existir. Eles não desaparecerão, da noite para o dia, só por que houve um acto a que algumas pessoas chamam de democrático. Infelizmente, o sangue não estancará e os dias anteriores, o próprio dia eleitoral mostraram isso e os dias posteriores evidenciarão como o sangue continuará a correr nas terras do Eufrades e do Tigre.
CMC
2:23:00 da manhã
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