segunda-feira, janeiro 31, 2005
[0.215/2005]
Congresso Protocolar [ II de II ]
Os ovos, os cestos e os cucos
É verdade, caro anónimo reincidente.
1. Dentro do PSD nada valiam, como se viu. O resultado do Congresso, é isso que vale dentro do PSD, foi Coreano. PSL foi o grande Tsé português do PPD/PSL.
2. Os Partidos são Organizações. Têm Declarações de Princípios, Estatutos, Órgãos próprios e Associados (neste caso militantes). Quem quiser alterar as Organizações tem de lhes pertencer. Até no Benfica é assim. (confesso não ter sido grande exemplo) Não vejo qual o mal que isto trás para a democracia. Claro que é sempre mais fácil ser-se independente. Neste Blog já se falou por diversas vezes das vantagens que isso tem. No entanto o caso em apreço não é esse. Falamos de militantes que não só não cumpriram o seu dever de militantes - eleger e ser eleitos - como ainda preferiram atirar com o Partido para uma derrota eleitoral a combater nos locais próprios aquilo de que discordavam.
Lembro-lhe que a até a sugestão de criação de um novo PRD já foi aventada.
3. O caso Carrilho já foi enunciado no corpo do Post. Utilizou os meios ao seu alcance mas foi defender as suas teses perante o PS. Foi apupado? Pois foi. Foi combatente? Pois foi. Foi coerente? Pois foi. Foi militante? Pois foi. Continua a ter lugar no PS? Depois de tudo isto, só pode!
4. A minha admiração por PSL só reside no facto de ser um combatente como não conheço outro igual. De resto, caro anónimo reincidente, tenho sobre ele a pior das opiniões. Prefiro nem as enunciar, não vá passar além do que é curial dizer neste Blog. Se ele chegou onde chegou deve-se à cobardia de quem tinha de lhe fazer frente. Anteriormente no PSD sempre houve quem o fizesse e por isso ele nunca havia acedido à liderança. Desta vez não apareceu ninguém, tirando, faça-se justiça, Marques Mendes.
5. O que diz de Ferro Rodrigues é falso. Ninguém, repito, ninguém, quis que Ferro Rodrigues perdesse as eleições. Antes pelo contrário. O PS uniu-se como nunca e Ferro que partiu para as legislativas na pior posição em que até hoje já algum líder político esteve (tirando Mário Soares na primeira Campanha para PR), alcançou um resultado inimaginável no início da campanha. Nas Europeias venceu as eleições com margem folgada, o que aliás inspirou Durão Barroso na fuga para a frente.
Infelizmente, Ferro Rodrigues entendeu por bem deixar a liderança do PS na sequência da resolução presidencial de colocar à frente da Nação um incapaz. Infelizmente, por duas razões: Primeira porque Portugal perdeu um óptimo Primeiro-Ministro. Segunda porque o PS perdeu a oportunidade de se afirmar sem tibiezas como o Partido agregador dos cidadãos que se identificam com as esquerdas democráticas.
6. Desculpe a confusão de o julgar nosso conhecido. Foi o seu estilo de escrita, certo?
Ainda assim foi um prazer debater consigo, embora Anónimo.
7. As elites dos Partidos (incluindo os simpatizantes não inscritos) têm mais que o dever, têm obrigação de participar nas bases. Como elites que são têm ainda a obrigação da pedagogia nessas bases. Acredite que é pedagogia nos dois sentidos e que se assim agissem a política tinha muito a ganhar em qualidade e realismo. Nos gabinetes criam-se estereótipos que levam da realidade à utopia e ao desconhecimento das dificuldades reais e do sentir dos cidadãos. É imprescindível que quem nos governa conheça os governados.
Para finalizar. Não é comum trazer ao corpo deste Blog os comentários anónimos. No entanto a forma elevada e interessante com que este anónimo entendeu abordar-nos mereceu-me esse respeito. As matérias abordadas tinham relevo suficiente para o fazer.
LNT
11:31:00 da manhã
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