[0.201/2005]
A queda dos "patinhos"
Uma vez mais, o líder do CDS lança o isco e alguns políticos caem que nem "patinhos", especialmente os do PPD.
O Presidente do CDS já tinha lançado a primeira armadilha. Quando celebrou o acordo com o PPD no início deste mês, o rosto primeiro do CDS disse ser possível, mesmo em caso de vitória do PS, caso PPD e CDS tenham mais deputados eleitos vir a constituir Governo. Tal equação é válida, se bem que a probabilidade de tal suceder é diminuta.
Há uma semana, num debate televisivo, confrontado com a hipótese de o PS ganhar as eleições e formar Governo, o Presidente do CDS disse não enjeitar algumas viabilizações do executivo socialista. E, teve o cuidado de referir quais as áreas que viabilizaria: política externa e defesa.
Ora, qualquer dos seguintes partidos: PS, PPD e CDS têm, neste domínio, concepções que não chocam e não colocam em causa nenhuma das suas propostas. Ao contrário das posições do PCP e BE que são publicamente contra a permanência, por exemplo, na NATO.
O líder do CDS acabou, com a sua declaração, por lançar a segunda armadilha. E só os "patinhos", sem noção do que foi dito, caíram na esparrela. Saíram logo a terreiro alguns candidatos do PPD com receio de o CDS vir a apoiar o PS. Outros preferiram uma forma muito peculiar: escrever cartas. Parece que nem estamos num período de telemóveis ou até mesmo de blogues (que os candidatos já têm), onde se pode expor e responder a textos.
Aos "patinhos" laranjas caíram que nem tordos. O desnorteio dos actuais dirigentes do PPD, sem calo político apenas com experiência "cacicária", é por demais evidente.
A sageza do líder do CDS é suavemente notória e quanto mais ele defende o seu compromisso de levar até ao fim o pacto estabelecido, mais o parceiro de coligação vai ao encontro do discurso do actual responsável da Defesa. Ele diz que é o garante da credibilidade e estabilidade. Quem o prova, com sinais de desacreditação e instabilidade, são os parceiros do PPD.
A habilidade política precisa de inteligência e para estes dirigentes do PPD nem é, pelos vistos, precisa muita. Basta levantar uma pequeníssima pena, a que afirma a pés juntos que se manterá fiel ao que assinou, para o parceiro perder a orientação e fazer um vendaval, com prejuízos próprios.
CMC
P.S.- Lamento o fim do Bloguítica. Era uma visita diária assídua. Penso, pelo que leio, que terminou a fase Bloguítica. Um dia destes, deve surgir novo projecto. Desejo ao Paulo sucessos pessoais e profissionais.
Um leitor fiel cá se mantém à espera, até ao regresso, espero que para breve, dos escritos do Paulo à blogosfera. A qualidade do Bloguítica não deve ser somente esperada, mas também reclamada, sobretudo pelos leitores que fidelizou.