quinta-feira, fevereiro 03, 2005
[0.234/2005]
Os quero, posso e mando da política nacional
Acabo de ouvir um senhor a passar um atestado de incompetência a uma senhora.
O senhor teve o cuidado de salvaguardar o mérito da senhora ter capacidade de gerir o dia-a-dia, não lhe reconhecendo incapacidade neste caso concreto.
O atestado é passado no tocante à visão, à dinamização, à projecção de obras importantes que surtem efeito a médio/longo prazo. A senhora não tem visão estratégica. Disse o senhor.
As obras de fundo pararam.
E, atente-se, assinala a personalidade, há uma circular, no concelho, a recolher assinaturas. Contando com milhares de assinaturas, para que ele regresse.
No fundo, tudo estagnou a partir de Abril de 2002 (moral da estória). Desde que o senhor saiu do seu posto para assumir um cargo governativo. Cargo este, confessou, interessante, contudo pouco propício ao pensamento de uma estratégia. Acabava por gerir mais as questões comezinhas do que reflectir, elaborar, apresentar, defender e executar projectos.
O senhor pareceu frustrado, pelo cargo governativo que desempenhou. No fim admitiu, gosta mais da autarquia do que do Governo.
A radiografia apresentada assinalava um estado actual sonolento. Afinal, a senhora está à frente do município. Porém, com o remédio santo, o regresso do senhor ao seu cargo, a esperança e o desenvolvimento seriam devolvidos ao concelho.
Primeiro: a senhora a quem, entre linhas, chama incompetente, é membro da equipa que constituiu. Sinal de que não sabe construir equipas ou, melhor, sinal de que pretende equipas fracas para que possa brilhar.
Segundo: não desmerecendo o cargo autárquico, que determinação política tem o senhor, se como Ministro deixa-se render à imposição de um colega de Governo. Afinal, fica-se com a sensação que era mais uma pessoa que estava no executivo. Estava lá, por que o lugar tinha de ser preenchido. (Se calhar até foi mesmo isso que aconteceu.) De qualquer forma, quando se é político, a determinação tanto vale numa Junta de Freguesia, numa Câmara Municipal ou no Governo.
Terceiro: Evidencia a lógica de caciquismo local. A poucos dias das eleições legislativas apresenta-se para as autárquicas, quando a Presidente em exercício já mostrou disponibilidade para assumir uma candidatura pelo partido onde os dois militam. Impede qualquer tipo de reacção das direcções locais e regional. Aliás, penso que até será aplaudido em breve pela apresentação da sua candidatura, mostrando a debilidade interna da escolha, pois impõe-se a vontade individual à decisão que, segundo os estatutos, consagram outra forma, com regras, de selecção.
Enfim, é o quero, posso e mando no seu melhor.
Quando se exerceu o poder construiu-se uma rede de dependência e ela é accionada sempre que interessa. É o caso.
Desejo, sinceramente, que a lição seja exemplar em Outubro próximo. Com a reprovação desta forma de estar na política. Ora estou aqui, salto para ali e regresso quando não tiver mais nada para tocar.
Admito, desde já, uma vitória nas eleições do referido senhor.
Em 2001, houve um caso semelhante ao que este tende desenrolar. Na altura, a Invicta deu uma soberba lição. Será que a lição eleitoral se repetirá? Espero que sim!
CMC
1:05:00 da manhã
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