Estes dias de reflexão que a Constituição nos impõe são um bem ecológico a nunca perder. É nestas jornadas que entre o chicharro na brasa e o calor da camilha após o marejar nas bordas da maré vazia nos reconciliamos com a Pátria madrasta e esquecemos aquelas coisas de que por estarmos em reflexão não podemos falar. Quando na segunda os vampiros descerem em busca do sangue dos prematuros os alhos e cruzes farão que se perca de novo a doçura do país que tem a sorte de sentir o Sol aquecê-lo nos dias difíceis e do mar que transporta para a rebentação os destroços da onda que a antecedeu. Nação velha histórica fundada por um filho da mãe a quem bateu. Nação que quando fala de si diz sempre Eles. Estou reflexiva como um quadro de Magritte onde o espelho prevendo a barbárie e a vingança do espectro nunca reflecte o inverso e deixo esses mirabolantes cocós agarrados ao ferrolho da porta sem nunca lhes dar entrada. Afinal meu querido sobrinho Carlos lá fora está o Sol para nos aquecer o mar para nos dar alento e cá dentro a esperança que mesmo sendo a marinharia coisa de outros tempos ninguém nos poderá tirar. Uma espécie de orgulho do barbudo Albuquerque para transportar o reflexo do dia a paragens bem mais místicas de contemplação. Ou não fossemos os descendentes de Viriato. Temos esperança e determinação. Coragem bastante para acreditar e acreditamos que se Nosso Senhor quiser e a santinha que a Ele se juntou na semana passada forem divindades atentas tal como já o foram no tempo em que o Prestige derramou o crude nas enseadas da Galiza amanhã faremos saltar a rolha do Veuve Clicquot que guardo na cave deixando que cada bolha faça o seu propósito. Estou pronta para a ressaca para a qual logo após não haverá Guronsan que cure. Deus com ou sem avental te guarde Carlitos e nunca te esqueças de dizer aos teus amigos que um voto em branco em muitas mesas eleitorais deste Portugal deixa de o ser após a abertura das urnas. Lembra-te de Lisboa ainda não fez quatro anos. Beijinhos da Tia Lólita4:59:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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