segunda-feira, março 28, 2005
 [0.513/2005] Dos socialistas latinos
Não deixa de ser curioso, em 2002, na eleição presidencial francesa, alguns socialistas gauleses evidenciaram a mesquinhez pessoal, que permitiu a passagem à segunda volta do candidato da extrema-direita, colocando de fora o candidato socialista, e com isto, o apoio inevitável ao gaulismo recauchutado e presunçoso. Agora, os interesses pessoais voltam a imperar no PSF e nem mesmo a votação interna, para aprovar qual a posição oficial do partido no referendo europeu parece valer de algo. O Tratado Constitucional europeu está à beira de ser chumbado e, uma vez mais, os socialistas acabam por ter um lamentável papel, caso se confirme os dados das últimas sondagens. Os socialistas portugueses, por seu turno, conseguiram, ao bom estilo português (nisso reconheça-se o mérito dos franceses - são mais frontais), queimar uma candidatura presidencial, que tinha todas as condições para desempenhar com elevação o cargo e projectar Portugal. Desde de Dezembro de 2001, envergonhados com a liderança governativa de seis anos, como se tivessem motivos para tal, falavam do défice e pelos vistos envergonhavam-se com a baixa taxa de desemprego (talvez se queixassem mais dos tachos que viriam a perder), muitos foram os socialistas, mesmo antes da direita o fazer com perícia, a enlamear o líder de então. Acabaram, com ou sem querer, por ser os principais coveiros de uma candidatura presidencial. Assim, Portugal está à beira de regressar ao período do cinzentismo político, que nos governou durante uma década, mas, desta feita, em Belém. A direita, a refundar-se, ou melhor, em busca de timoneiro, que será encontrado dentro de algumas semanas, e enquanto apela ao seu Sebastião, que anunciará brevemente o seu regresso, pode agradecer aos socialistas o tapete que estes lhe estenderam para Belém. CMC
3:17:00 da tarde
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