domingo, abril 03, 2005
[0.542/2005] Um exemplo de Vida
Poucas pessoas no mundo se podem dar ao luxo de serem o que o filósofo ateniense julgava considerar-se: um cidadão do mundo. Karol Wojtyla foi, sem qualquer sombra de dúvidas um, dos muitos poucos no planeta, cidadão do mundo. Foi-o à sua maneira. Acreditando, como qualquer Ser Humano que se preze, nas suas convicções. E, por isso mesmo, ele foi, é e será um Cidadão do Mundo. A História, um dia mais tarde, assinalará o Papa João Paulo II, como um dos Papas que se manteve mais tempo em actividade. E, a mesma História, reconhecerá a Karol Wojtyla, que conheceu as agruras da maior barbárie da humanidade quando petiz, não como o Homem de fim de ciclo, mas um Ser que fez a transição de épocas complexamente conturbadas. A ele se deve, no Leste, a esperança de um mundo novo. Onde a Liberdade poderia ser esperada, alcançada e defendida, como se veio a materializar, pouco mais de dez anos depois de ele assumir a função de Papa. Karol Wojtyla foi o fogacho de luz que se tornaria o ícone da esperança, não só a Leste mas em todo mundo. Alertou e combateu sempre as injustiças feitas pelo novo tipo de capitalismo surgido após a queda do Muro de Berlim. Afinal, como sempre fez questão de assinalar, a História não tinha chegado ao fim, pois o mundo ainda estava (está) debaixo de um manto quase infinito de injustiça. Se certas posições eram, de certo modo, dignas de crítica, como a posição em relação ao preservativo, mesmo sendo um Papa conservador, Karol Wojtyla foi, sublinhe-se e realce-se o seu papel, o demolidor do silêncio ruidoso e nefasto entre religiões. Pediu perdão aos judeus, à igreja ortodoxa, pelo passado cristão. Promoveu o diálogo com as diversas religiões e, nomeadamente com os muçulmanos, em especial quando parte do globo, no pós-11 de Setembro, tentou fazer de todos os crentes de Alá terroristas. Karol Wojtyla, na sua humildade e, também, responsabilidade, não se esqueceu de juntar e estar presente na dor e no rejeitar deste terrorismo com os muçulmanos, que sentiram da mesma forma o murro no estômago que todo o Ocidente apanhara no dia 11 de Setembro de 2001. Deslocou-se, quando era impensável, à Cuba comunista e semeou a Esperança na Alma de milhares de cubanos, tal como fizera no Leste. Um dia, penso que em breve, João Paulo II será um dos marcos na transição da ilha do Caribe para a Liberdade. Não visitou todos os países. Faltou-lhe a China e o seu principal sonho, nos últimos anos: visitar a ortodoxa Rússia. Para crentes e não crentes, Karol Wojtyla é um marco e referência inapagável. A sua Vida é um exemplo de resistência e é também um exemplo de combatividade, sempre na busca de um mundo melhor, mais justo, mais fraterno. Um Homem Bom partiu. CMC
2:55:00 da manhã
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