domingo, maio 29, 2005
[0.752/2005] Entretanto
Enquanto em Portugal o futebol ocupa uma vez mais as parangonas fazendo esquecer o resto, tal como aquele jovem idiota que ontem subia do Algarve a 150 km/h em completa função de boca-a-boca (se a velocidade lhe faz falta de ar, porque não pára o carro e saboreia o tal beijo como deve ser?), em França decide-se o futuro da Europa. Veremos se os franceses vão às urnas e, se forem, se preferem um documento inacabado que lhes dá a possibilidade de construírem uma Europa mais forte, ou se, pelo contrário, preferirão deixar a Europa nesta agonia de meias-tintas onde não se consegue sequer uma linha consistente na política externa. Daqui a poucas horas saberemos. Depois de amanhã, que amanhã ainda será dia de falar de bola, poderá ser que os portugueses comecem de novo a ver as coisas como estão, e que não estão nada bem. Que não é com demagogias para parolos verem, como a criação de mais uma taxa de topo no IRS que os problemas se resolvem, nem que o será tão pouco com o aumento do IVA. É preciso que alguém explique daqui a uns meses se as receitas de IVA aumentaram ou se, pelo contrário, a retracção criada pelo aumento deste imposto não terá feito aumentar o descalabro das falências e a consequente diminuição de receitas, ao mesmo tempo provocando o acréscimo de subsídios sociais (pelo menos o de desemprego). Para quando o acréscimo aos vencimentos, em termos de IRS, do valor da utilização dos automóveis, das Vias-Verdes, dos seguros e das gasolinas pagas como despesas das empresas? E das viagens, férias, telemóveis e seguros de vida? Para quando a fiscalização dos profissionais liberais através da comparação dos recibos passados com as consultas efectivamente prestadas? Para quando controlar dentistas que cobram 170 Euros por consulta? Para quando tudo o resto, que toda a gente sabe, mas faz por esquecer? Claro que num País onde o Fisco está nas mãos dos grandes grupos da finança e as bases de dados dos contribuintes nas de outros que tal, será difícil actuar com justiça e será sempre mais fácil penalizar os mais fracos (através dos impostos indirectos), que inverter a actual situação de domínio. Pobre Portugal onde a finança manda na política. Onde se fala em congelar salários de trabalhadores da AP e se mantém os privilégios de alguns que, vindo do sector financeiro, tomaram e se mantém à frente dos sectores mais estratégicos e confidenciais do Estado com salários inadmissíveis que ultrapassam exponencialmente os dos cargos eleitos. Andamos a discutir a lana caprina, nós (eles) portugueses que mais desbaratámos os dinheiros comunitários, sem qualquer proveito, como se vê, e agora pretendemos dar lições a quem nos (a eles) pagou os iates que escandalosamente se vêm nas marinas, as centenas de Mercedes, BMW, Audi e quejandos que aceleram impunes nas Auto-estradas. Bom, é melhor voltar à Taça, porque o que é preciso é animar a malta. LNT
4:38:00 da tarde
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