quarta-feira, junho 22, 2005
[0.861/2005] Palissadas
Continuo sem perceber a vantagem prática de dar sequência ao Referendo. Percebo a razão política, percebo a lógica do raciocínio, mas não percebo para que serve continuar o processo, principalmente quando se diz que os Governos terão de respeitar a vontade das populações consultadas (Mais faltava que assim não fosse). Como já houve Nãos (e que nãos!) o documento do Tratado é inviável. Como a resposta dos cidadãos só pode ser sim ou não, uma vez que lidam com boletins de voto e não com inquéritos, a única coisa a aferir é a aceitação ou o repúdio do objecto em votação. Desse acto de cidadania nada mais resulta, pelo que, a haver melhorias ao Tratado para nova consulta, elas só se efectuarão por quem tenha poderes de redacção. Nada de estranho no procedimento, uma vez que a delegação das competências é assegurada por Chefes de Estado de países democráticos. Não falamos de democracia directa e utópica, certo? Sobre os referendos tenho opinião muito própria, já inúmeras vezes expressa. Parecem-me instrumentos desculpabilizantes dos poderes eleitos democraticamente, exceptuando quando se refiram a algum assunto que, não tendo sido considerado nos programas eleitorais, se tenha de resolver com urgência entre consultas de legislatura. Sei que também este argumento é, ou pode ser, rebatido pela prática corrente: - As forças políticas prometem quando candidatas e fazem o contrário depois de eleitas. Não vinga a tese de que as promessas não cumpridas sejam resultado do desconhecimento, porque das duas uma: Ou quem as defende é demagogo ao prometer o que não sabe se poderá cumprir e fá-lo, embora de boa fé (posso aceitar), só com o intuito de ganhar, ou finge que não sabe e nessa altura comete um imperdoável acto de desonestidade. Em qualquer dos casos merece a censura em próximo acto eleitoral. Mas isto são outras conversas que hão-de ter outras abordagens. LNT Entretanto vi a caixa de comentários do Post da Tia Lólita e agora sim, estou em completo acordo com o Miguel. Também sou viciado em votações. Nunca falho uma.
2:18:00 da tarde
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