segunda-feira, junho 27, 2005
 [0.887/2005] Pobres de nós mesmos
Logo à noite lá teremos, no debate que o canal estatal promove, uma cassete económica há muito conhecida dos portugueses, do que é necessário fazer para Portugal sair da crise em que se encontra. Todavia, se tudo fosse tão simples como implementar medidas numéricas, sem equacionar o factor humano, viveríamos no melhor dos países. A questão que começa a recrudescer dia-a-dia, e não se evidencia claramente fruto da nossa integração europeia, é de saber se Portugal tem, neste momento, viabilidade? O que seria de nós se não tivéssemos integrados no espaço europeu? A resposta é positiva. A nossa História dá-nos essa resposta, com inúmeros exemplos. Mas, caso estivéssemos fora da UE, como estaríamos? Se actualmente nos encontramos neste estado, de país à beira de uma queda pouco amigável, sem a almofada europeia sujeitávamos a lesões de maior gravidade. Estamos num período crítico. E à medida que a esperança diminui, que a classe política não corresponde totalmente às perspectivas dos cidadãos, quando os empresários têm vistas curtas, quando ninguém, qualquer classe, está disposta a fazer, proporcionalmente, sacrifícios, caminhamos, de forma linear, para uma sociedade mais semelhante a um Estado da América Latina. Classe média exígua. Topo diminuto e base piramidal social e económica extremamente larga. Pobres de carteira. Pobres de projectos. Pobres de ideias. Pobres de rumo. Pobres de nós mesmos. Até quando esta pobreza? Afinal, quem pensa que chegámos ao fundo do poço, não se deixa de surpreender, pois há sempre mais um fundo, fundo este que parece não ter fundo. Subir, crescer, desenvolver, melhorar, são verbos quase arredados dos dicionários portugueses. Autênticas utopias do presente nacional. CMC
2:52:00 da tarde
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