quinta-feira, julho 21, 2005
[0.990/2005] A culpa morre sempre solteira
Fora o burburinho fatal, sempre que um ministro sai, esta exoneração é mais uma a juntar às inúmeras que têm sucedido na política portuguesa na última década. Penso que a mudança nem aquece nem arrefece. Bem vistas as coisas, sai um entra outro. Pode-se apontar e elogiar todas as qualidades pessoais e técnicas do ex e do novo responsável da Fazenda, que têm com toda a certeza. Mas, na realidade, nenhum dos dois é político. Logo, de que lhes vale as competências técnicas se a guitarra que tocam não se coaduna, propriamente, com as suas unhas? O problema da governação nacional não reside nos tecnocratas. Reside, isso sim, nos políticos actuais. Autênticos poços de apolitismo. Pelos vistos não sabem, não percebem, nem querem entender o que é a política e a arte de governar. Nem imagino a cara dos diversos políticos europeus, quando, de cada vez que se reúnem, encontram sempre uma nova pessoa a representar Portugal nas reuniões de trabalho. Quando a falta de políticos com qualidade prevalece, o elo mais fraco da cadeia, os tecnocratas, quando desempenham cargos políticos, são sempre os primeiros a quebrar. Como foi o caso. E já não é o primeiro, nem será, certamente, o último. Enquanto esta classe política e os diversos partidos continuarem com a sua forma de ser e estar, os tecnocratas serão sempre levados pelo vento, e o país continua estagnado. O mais curioso, ou melhor, o mais lamentável, é que políticos e partidos pensam que nada do que acontece, no universo político, lhes diz respeito. CMC
2:02:00 da manhã
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