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      | domingo, agosto 28, 2005 
 
  [1.138/2005]
 Faca de dois gumes
 
 A política interna recrudesce de importância no quadro externo do Médio Oriente.
 Em 2006, israelitas e palestinianos são chamados a eleger os respectivos Parlamentos.
 Os líderes querem renovar o poder e para o manter, dita o senso, sem sempre bom, que o eleitorado tem de ser agradado.
 Ora, o Primeiro-Ministro israelita, primeiro, tem de enfrentar as primárias e está sujeito a perdê-las para o seu principal adversário, o Ministro das Finanças que saiu com a decisão de Israel retirar os colonatos da Faixa de Gaza. Isto quer dizer, o Primeiro-Ministro israelita pode não ser o rosto do Likud nas próximas eleições.
 Do lado palestiniano, o partido do líder, a Fatah, vai sentir dificuldades e é bem provável que o Hamas saia vitorioso nas legislativas de Janeiro próximo.
 Portanto, está-se na corda da bamba, dos dois lados.
 Da parte do líder da Autoridade Palestiniana, não se pode assumir posições que dêem a entender que se está a chegar a entendimentos com israelitas; pois tais orientações serão entendidas (deturpada e logicamente premeditada), e usadas eleitoralmente, pelos radicais, como traições aos palestinianos.
 Do lado israelita, se o clima de atentados regressar (hoje foi o primeiro), o Primeiro-Ministro, em nome da legítima defesa, por um lado, e do seu interesse político, por outro - convém recuperar o crédito perdido junto de algumas franjas do eleitorado tipicamente de direita e descontentes com a sua decisão de ter ordenado a saída de Gaza -, terá de ripostar, isto é, atentar alvos, pretensamente radicais, palestinianos.
 Não segurar as pontas, pode traduzir-se em novo descalabro na região. E, desta vez, as urnas podem ser favoráveis aos extremos. No palestiniano tudo indica nesse sentido.
 CMC
        
        
         7:29:00 da tarde
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