quinta-feira, setembro 01, 2005
[1.158/2005] O autismo do poder
Tudo o que tem sido poder, nos últimos anos, tem padecido de autismo. Desligado da realidade, o poder julga-se acima de tudo e de todos. Como se fosse possível, com passos mágicos/mediáticos, ultrapassar a realidade sentida por cada português. Não pode. Não consegue. Ouve-se falar em união. Mas Portugal não precisa de união neste momento. Quer crença. Quer acreditar no amanhã. E há quanto tempo os portugueses deixaram de acreditar? Pois é, enquanto se quiser fazer de conta que as máquinas mandam na vontade dos cidadãos, de uma sociedade que não é verdadeiramente civil, mas está à beira do ser, bem pode o poder político surpreender-se com resultados como os 16 de Dezembro de 2001 e 20 de Fevereiro de 2005. E mais surpresas terá. Talvez, quando a realidade entrar pela porta a dentro, depois, as trancas não serão necessárias colocar na porta, pois os novos inquilinos, indicados pelas urnas, passarão a encarregar-se da responsabilidade do edifício do poder. Trágico, é o autismo presente. Infelizmente, o XVI Governo Constitucional, paradigma do autismo político, por isso um desastre para país, mas uma lição política, se for bem compreendida, não foi percebida como deve de ser. O poder cai nas mãos e nem se percebe como é que ele caiu. Chega-se a este ponto. O que é mau sinal. Já tinha sido assim em 2002. Mas a corrente do pouco esforço vai-se implementando. Não se percebe como se chega e como se está no poder. Deixou-se de pensar, por isso remedeia-se. Deixou-se de acreditar e enche-se de ilusões. A realidade continua a ser como o algodão, não engana. Deste modo, em Janeiro, o branco dos boletins trará excessivas cruzes, logo no primeiro momento, de um passado com o qual não simpatizo, nem gostaria de voltar a ver em Portugal, mas que vai regressar. Até quando o poder será autista? CMC
7:15:00 da manhã
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