segunda-feira, setembro 12, 2005
 [1.218/2005] Eleição determinante para a Europa
O nosso futuro imediato, na qualidade de cidadãos europeus, depende do que acontecer no próximo domingo nas legislativas alemãs. Graças ao demérito e inúmeros e incessantes tiros nos pés dados pela CDU, Herr Gerhard surge na recta final com fôlego e esperança de renovar o mandato. Obviamente, o rosto do SPD também tem os seus méritos na recuperação. O SPD, que há uns meses, segundo as sondagens, estava a mais de 20% de diferença para a CDU, encontra-se, na semana final, a menos de 10%. E, a maioria confortável, como se previa, da CDU com os liberais esfumou-se. Infelizmente, por motivos de coração, espero que o poder na Alemanha mude. Não por mera embirração com o Chanceler (que existe, admito), mas sim por este representar um modelo gasto e que não dá quaisquer perspectivas de estímulo à Europa. Bem sei que a candidata da CDU é fraquíssima. Deve-se, por isso, depositar as esperanças nos barões do tempo de Helmut Kohl que foram anunciados como futuros ministros? Talvez seja uma miragem. Mas uma certeza há, o esgotamento da política deste SPD. Percebe-se o apoio dos socialistas europeus. É uma questão de solidariedade partidária. Mas, no fundo, tal como em 1998, a maior parte Europa, à excepção do Presidente gaulês, deseja a vitória da CDU; nomeadamente Blair, que sabe com o que pode contar com uma liderança do SPD ou da CDU. Ou a continuidade da aliança entre estes chefes gastos do eixo Paris-Berlim, entrave às propostas britânicas, com o SPD; ou uma aproximação de Berlim a Londres, que bem pode ser a rampa de lançamento de uma Europa mais dinâmica, com a CDU. Nas legislativas de 98, quando a Europa esperava a vitória da CDU, pretendia-se a continuidade da pujança europeia, incutida pela Alemanha. Alguns anos depois evidenciou-se a debilitação do projecto europeu, como se prognosticava em 98, devido à pouca determinação da liderança alemã na Europa na era pós-Kohl. Importa ainda recordar, que a CDU tem a maioria na Câmara Alta, por isso, em caso de vitória, muito pouco provável, do SPD, este terá dificuldades em viabilizar a sua política. Se, como tudo indica, a CDU não formar com os liberais maioria absoluta, a reiterada, nos últimos tempos, grande coligação, entre CDU e SPD não é salutar para o sistema político alemão. Em política, a separação das águas é sempre desejável. Quando se misturam, é sinal de total esvaziamento dos diversos intervenientes. O esgotamente político é o pior que pode acontecer à Alemanha neste momento. Nesse sentido, a estagnação europeia pode durar muito mais tempo. CMC
1:00:00 da manhã
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