sábado, setembro 17, 2005
[1.252/2005] Respostas nas entrelinhas do quadrado
Lê-se com gosto e mal viramos a primeira página, sem darmos por isso, chegamos rapidamente à última. A melodia e a ondulação da escrita embalam a leitura. Por vezes procuramos respostas a certas questões do quotidiano e se elas não surgem no momento, o tempo encarrega-se de nos fornecer. Penso que seja o caso. É excessivamente óbvio. O vestígio tinha sido publicado há tempos e o conto quadrado acalentava esperança. Só isso. Acalento. Será que sim, será que não? Ficava a questão. A leitura do livro ajudou a perceber a não assunção de uma caminhada. Se calhar a linguagem literária acaba por responder melhor do que a linguagem política. O "Sul" referido e o "Primeiro Canto", alusivo aos Lusíadas, esclarecem, quem quiser entender, por que o caminho não foi trilhado. Como indica um dos onze contos do livro, o "Caminho", "todos os caminhos vão para o mar". Uns, quando chegados à beira-mar, decidem embarcar, mesmo prevendo temporal, e outros quedam-se. Podendo, por exemplo, os que ficam em terra, cintar os Lusíadas, esperando que outras vozes se juntem e complementem as estrofes, e, enquanto se estira à beira-mar, recusando subir a bordo para assumir viagem, o indicador esticado para o mar fica especado e a voz de quem recusa o desafio pode dizer Sul. O Sul fica ali. Só quem diz Sul sabe onde fica esse Sul. CMC
9:54:00 da tarde
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