domingo, setembro 25, 2005
[1.308/2005] Agora é bem possível Por cinco motivos mais um
Agora sim, meu caro Luís Cepeda, começo a não ter tanta convicção e penso que pode surgir mais do que uma candidatura presidencial da área da direita. Depois da nossa última conversa, em que manifestei o meu ponto de vista, de já não acreditar numa candidatura do ex-alcaide e actual deputado, presentemente, com mais uma candidatura da esquerda no terreno (quatro), talvez o ex-Primeiro, que neste período suspendeu o mandato de parlamentar, possa estar a preparar nos bastidores uma candidatura a Belém. Como ambicionava há dois anos, realce-se este ponto. Afinal, para que quer ele 50 dias de suspensão. Quase dois meses? Ao fim e ao cabo, ele tem pouco a perder neste momento. Pelo contrário. Pode ser o seu passaporte de mais uns anos no activo. A sua imagem, ainda que ofuscada pelo escasso período governativo, (já) não está tão denegrida quanto isso. Primeiro, passaram alguns meses e com o actual ritmo mediático, todas as trapalhadas cometidas parecem pertencer a um passado distante. Foi só há meio ano. Segundo, como é da sua natureza e raciocínio, arranjará argumentos das atitudes do actual Governo, por que as tem (casos das nomeações ou da saída do Ministro da Fazenda), e vitimizar-se-á, como é seu timbre, de modo a realçar que ele foi escorraçado injustamente do poder. Terceiro, há uma fatia do eleitorado de direita, nomeadamente a afecta ao ex-Primeiro e ao antigo titular da Guerra, que não suporta minimamente o Professor de Boliqueime. Grupo de pessoas que está, neste momento, sem candidato. E sabe o que lhe poderá acontecer politicamente se o Professor de Boliqueime ganhar. Quarto, e não menos despiciendo, ele gosta de estar debaixo dos holofotes. Objectivo de uma candidatura presidencial? Simplesmente impedir a vitória do Professor de Boliqueime. Porquê? Caso o Professor de Boliqueime vença, é mais uma década de política cristalizada, em que ele, e a geração de um conjunto de políticos de direita, se sujeitam a desaparecer do mapa político. A idade não perdoa. Por outro lado, aproveita o momento e testa a popularidade nas urnas. Recuperando a numeração anterior, falta acrescentar outro ponto, o quinto, que se prende com a hipótese de um candidato da esquerda vencer. Nesse caso, o Presidente eleito só deverá cumprir um mandato, isto significa: parte da direita preferirá cinco anos de deserto político, durante os quais se organizará, a uma década de presidência boliqueimista, que pode conduzir ao fim da vida política de alguns dos últimos governantes de direita que ainda aspiram (re)conquistar o poder. Sexto (ponto que neste momento é pertença da agenda das calendas, e que só entrará na ordem do dia se o Professor de Boliqueime perder), caso a esquerda vença as presidenciais, as seguintes servirão de ajuste de contas com o senhor que decidiu rumar a Bruxelas (ao mesmo tempo que procurava queimar a carreira política de quem mais ambicionava há alguns anos, isso era visível e esperado em Julho de 2004 - estava escrito nas estrelas). Melhor do que ninguém, parte da direita joga o seu futuro nas presidenciais de 2006. Por isso, caso surja essa candidatura, provavelmente o desfecho das eleições torna-se imprevisível. Veremos como correm os ventos políticos após as autárquicas. CMC
6:52:00 da manhã
. - .
Página inicial
. - .
|
|