segunda-feira, novembro 28, 2005
[1.673/2005] Dois de uma série de três
A resposta às provocações cavaquistas já está dada no Post anterior. Agora vamos ao que interessa. Sem discutir a OTA, porque não a discutirei, não estou habilitado para tanto, gostaria no entanto de deixar algumas considerações sobre. Quando se fez a Expo, ouviram-se tantas vozes como agora, para que se não avançasse no processo. Ainda não havia a Blogos e por isso, enquanto o mundo do trabalho se sentava nos estiradores e trabalhava, os teclados dos opinadores estava em sossego. Estes últimos fizeram-se ouvir nos jornais e ainda agora andam por aí a gritar o fracasso da iniciativa. Gesticulam com os números que dispõem, normalmente com os que se extraíram das receitas das bilheteiras. Revelam a habitual insensatez de tomar a parte como o todo, mesmo quando lhes entra pelos olhos dentro a verdade dos factos. Basta recordar (se alguma vez souberam) o que era a área de desastre da malha urbana que aquela zona representava e o que vale hoje essa mesma área. Basta analisar o valor da Hotelaria, do Comércio, dos Serviços, dos milhares de Fogos de Habitação, dos Negócios, das Tecnologias, do Desenvolvimento e Emprego, em suma, da riqueza que acresceu ao investimento de transformar uma lixeira naquilo que lá está. É visível, mensurável e palpável. Agora chegou a vez de novo investimento da mesma ordem. Não um mamarracho Boliqueimista para tuga ver, como foi o do Centro Cultural de Belém, mas uma infra-estrutura de desenvolvimento como é um aeroporto internacional moderno. Não um naco de betão insustentável de voraz consumo, mas um pólo de actividade produtiva. Quem conhece os aeroportos internacionais de Nova Iorque, e isto é só um exemplo, sabe que, para além das pistas de aterragem, se desenvolvem uma imensidão de factores criadores de riqueza envolvendo áreas tão diversificadas como Indústria Hoteleira, Indústria de Componentes, Indústria Aeronáutica, Indústria e Serviços de Reparação e Manutenção de Aeronaves (tecnologias de ponta), Indústrias Informáticas e Serviços de Telecomunicações, Cattering, Armazenagem, Comércio, Habitação, etc. numa infinidade de factores desenvolvimentistas e de progresso. (Saibam as escolas preparar nos próximos anos gente com capacidade técnica para tudo isto) Sabe que, para a construção de qualquer um deles, não foi factor determinante a adivinhação da sua expansão daqui a 50 anos, porque é impossível ter hoje sequer ideia , do que serão as comunicações daqui a 50 anos e porque hoje não é possivel pensar em projectos a 50 anos. Quando chegar a altura haverá novas soluções geradoras de mais desenvolvimento, mais emprego, mais avanço tecnológico e científico. Falamos de tecnologia e ciência, não falamos de obras de fachada. Em Portugal pensa-se muito e faz-se muito pouco. Há muitos treinadores generalistas de bancada que, depois de analisados os seus curriculuns, nada se consegue apurar no construído. Gente que gasta a palavra futuro e é incapaz de qualquer acção pró-activa para que esse futuro comece no presente. O resultado está à vista e a culpa é sempre dos outros. LNT Nota: A utilização da imagem do AirBus A380 que ilustra esta série de Posts destina-se a relembrar os arautos do futuro que ele, o futuro, já começou ontem e que a esse futuro já é impossível a aterragem em território nacional, por falta de planeamento passado.
12:02:00 da manhã
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