terça-feira, dezembro 27, 2005
[1.859/2005] O que está em causa
Há uns tempos atrás escrevi sobre a desnecessidade de ter na Presidência da República uma pessoa especializada em economia ou direito (ou qualquer outra ciência). Dizia nessa altura que o Presidente da República tem de ser um cidadão com formação política sólida e bem enquadrada pela realidade actual do Mundo, consciente das oportunidades e ameaças e portador de esperança baseada no reconhecimento da inventiva e da capacidade inerente à nossa condição de portugueses. O Presidente da República tem de ser, principalmente em tempo de crise, o símbolo vivo da cidadania, tem de ser o garante na defesa dos direitos consignados na Constituição. Tem de assegurar que, até nas restrições, há limites que nunca serão ultrapassados e que mesmo "o que é necessário fazer" se fará dentro das regras mínimas, principalmente do bom senso, evitando o colapso que poderá culminar em instabilidade social incontrolável. Não é pouca coisa. O Presidente da República não é, não pode ser, um néscio corta-fitas. O Presidente da República é uma peça essencial do nosso Estado Democrático, uma referência influente, um representante valioso das nossas cores, um digno comandante supremo em quem nos revemos na segurança dos direitos fundamentais. Para perceber a importância da sua escolha basta lembrar o papel que Jorge Sampaio teve há um ano. A sua acção foi determinante, embora poucos pareçam conscientes do facto. Sem entrar nos eternos "SES" basta lembrar que a simples decisão de ter nomeado Santana Lopes em vez de ter convocado eleições alterou de forma radical todo o cenário político português. Ferro Rodrigues deixou de ser Secretário-Geral do PS, Santana Lopes demonstrou toda a sua incapacidade tendo perdido a veleidade de se candidatar à Presidência da República e Sócrates fez-se eleger com maioria absoluta. Não pretendo fazer (aqui e agora) qualquer avaliação da acção mas somente realçar a verdadeira importância do Presidente da República. Daqui a pouco menos de um mês veremos se os portugueses conseguiram perceber o que está em causa. Não será de ânimo leve que nos renderemos na escolha desse nosso representante. Até poderemos não vingar na nossa determinação, mas recusamos cruzar os braços. LNT
7:48:00 da tarde
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