quinta-feira, dezembro 29, 2005
[1.867/2005] A indesejada prenda de Natal
A vingança serve-se fria. E o poder de Moscovo está a servi-la como ninguém, sobretudo aos Estados vizinhos que guinaram para a via ocidental. O preço a pagar, e bem elevado, é o do gás, indispensável ao normal funcionamento das sociedades vizinhas da Rússia. Salvaguardando a Bielorússia, há uma eleição a ganhar em Março próximo e importa estagnar as águas na Bielorússia para Moscovo manter um aliado imprescindível, os restantes Estados vizinhos, ex-repúblicas soviéticas, que estabeleceram pontes com o mundo ocidental nos últimos anos, estão a ser alvo da postura arrogante de Moscovo, que quer aumentar desmesuradamente o preço do gás vendido pela Rússia, a partir de 1 de Janeiro. Preços que nunca foram praticados com as antigas repúblicas soviéticas. A nova tabela de preços é igual à praticada com os países ocidentais para onde a Rússia exporta gás. Veremos se os russos têm coragem de cortar o gás se não for pago o pretendido. Penso que os russos têm essa e muitas outras coragens, nem todas abonatórias. Ou se são os Estados, como por exemplo a Ucrânia, que têm de pagar os exorbitantes preços que os russos querem praticar. O poder de Moscovo faz sentir o seu poderio da pior forma, chantageando vizinhos com quem anteriormente se comprometera a estabelecer relações comerciais privilegiadas, designadamente pelas relações de profunda cumplicidade que unem as antigas repúblicas soviéticas. Agora trata-os como se fossem Estados ocidentais. É uma abordagem, com traços vingativos. Aliaram-se ao ocidente, pois então paguem o que eles pagam. Pode dizer-se em Moscovo. Aos poucos reconstrói-se a grande potência eslava. Custe o que custar, doa a quem doer. É a Rússia. E o timoneiro é conhecido. A antiga escola da polícia política continua a dar as suas cartas. CMC
12:25:00 da manhã
. - .
Página inicial
. - .
|
|