domingo, janeiro 08, 2006
[0.012/2006] Télélés
Acabo de ver uma peça sobre a escravatura dos telemóveis. Vendem-se como coisas boas, compram-se como coisas úteis, transformam seres humanos normais em robots contactáveis à distância pelos patrões, pelos colegas, pelos familiares e pelos amigos. O que mais impressionou na peça foi a incapacidade que a maior parte dos entrevistados revelou em conseguir accionar o botão Off, como se fosse verdade que a viciação SMS, 3G ou de conversa, criasse alguma artrite nos polegares. A crónica revelou que as nossas dependências de interferência tendem a agravar-se e que estamos perante uma capacidade inaudita de viciação, principalmente nas camadas mais jovens, impossibilitadora do isolamento reflexivo. É vulgar ouvir às duas, três, quatro da manhã, ruídos de mensagens a atravessarem o espaço de silêncio que deve proteger os sonos soltos. É cada vez mais frequente a interrupção dos espaços de comum concentração (e do entretenimento) pelo sindroma do contactável. É cada vez mais difícil permanecer concentrado no trabalho ou em conferência pela interferência na atenção. Sempre à espera de nova mensagem, de novo contacto, de nova desconcentração de novo impedimento na conclusão de cada umas das etapas de construção. LNT
12:01:00 da manhã
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