sexta-feira, janeiro 27, 2006
[0.085/2006] O cozinhado iraniano dos Mestres sino e russo
O Irão não desarma a posição de enfrentar, de peito cheio, o Ocidente. Porém, aos poucos e poucos recua, sem se dar por isso na arena pública. Para notarmos a descida de agressividade de Teerão precisa-se de observar a diplomacia russa e chinesa, que nos últimos dias cozinharam uma possível saída para a crise. Compreende-se os motivos de ambos. Os chineses estão aflitos, se os preços do gás e do petróleo iraniano dispararem, o crescimento de dois dígitos tende a cair para um dígito. Os russos, pela sua parte, agradecem, pois passam a principais mediadores mundiais. E, ganham, também, por serem os produtores e fornecedores iranianos de urânio enriquecido. Um magnífico negócio. O Irão não desenvolve o programa nuclear no seu solo. Deste modo, cabe aos russos fazer o que os iranianos queriam, de acordo com o dito publicamente pelos persas, desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos. Quanto ao gigante eslavo, reconheça-se o trabalho feito pelo czar Vladimir. Em seis anos de mandato presidencial a Rússia recuperou o protagonismo e influência à escala planetária. Pontos fortes do novo império russo? A dominação política e estratégica da Ásia Central, boas relações com o gigante chinês, excelentes negócios com a potência iraniana e boas amizades, mesmo quando há azias, com o Ocidente. E as ligações privilegiadas com o dito Terceiro Mundo. De um momento para o outro o caso iraniano deixou de estar nas primeiras páginas. Nota-se, imperceptivelmente, a impressão da discreta diplomacia russa e a voz da silenciosa chancelaria chinesa. Nunca damos por elas, apesar de elas darem, e muito, por nós (Ocidente). Nas próximas semanas o assunto será tratado de modo mais recatado, ainda que, aqui e ali, Europa e Estados Unidos verberem. CMC
9:20:00 da tarde
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