sábado, fevereiro 04, 2006
[0.127/2006] A manipulação
Caro Luís, Esse discurso, algo banal, de que o Ocidente é superiormente moral, e referimo-nos ao caso concreto dos cartoons, não é verdadeiro. Mais, é demagógico e falacioso. Faz lembrar discursos vigentes há umas décadas, de alguns pseudo-pacifistas, que depois apoiavam, entusiasticamente, golpes militares em nome da libertação dos povos. Eu sei que não é o caso do meu prezado companheiro de blogue, mas as palavras do texto deixam transpirar esta análise. Vamos ser objectivos. A Liberdade de expressão deve existir e tem de ser preservada, isto, claro, se queremos viver em Liberdade. Bem vistas as caricaturas, do meu ponto de vista, não há grande ofensa. Todavia, respeito quem considera que elas possam ofender. Mas, vejamos o que se passou, não falando de cor e usando sempre a mesma bitola. Muitos dos cartoons que chegaram ao mundo islâmico, como informaram ontem as agências noticiosas, não eram os mesmos que o jornal dinamarquês e a revista norueguesa reproduziram nas páginas. Eles foram adulterados e enviados para diversos países para enfurecer milhões de crentes. Um jornal jordano, como ontem noticiava o DN, publicou nas suas páginas os ditos cartoons para que as pessoas soubessem o que estavam a criticar. Pois milhões saíram às ruas protestando sem terem visto um único desenho. Mas, e não sejamos ingénuos em tempo de manipulações, não estaremos nós, ocidentais e muçulmanos, como hoje alguém me disse, e bem, a cair numa tramóia montada por alguns propagandistas interessados, no Ocidente e no mundo islâmico, visando o choque de civilizações? Como é que as caricaturas chegaram ao mundo islâmico alterados? Não sejamos parvos, muito menos abdiquemos da Liberdade. A Liberdade que permite caricaturar e a Liberdade que também permite manifestar desagrado, sempre dentro do respeito. Se cedemos a tudo o que é religiosamente intocável, queime-se desde já "O Código Da Vinci" e impeça-se a visualização do filme a estrear em breve, pois a História do mundo tem de ser toda reescrita. E, por outro lado, temos de genuflectir perante os judeus, por serem, considerarem-se, o povo eleito de Deus? Bem sei que estou a falar como ocidental, mas é nesta, e é a minha única condição, em que posso falar. Respeito o Islão e já o disse, em total Liberdade: o Islão é uma religião de Paz. A religião e os crentes merecem, qualquer que seja o credo, todo o respeito pela fé que professam, dos crentes de outras religiões, de agnósticos, como eu, e de ateus. Mas a Liberdade também merece respeito. Aliás, como poderíamos nós estar aqui a escrever, concordando ou discordando, senão em Liberdade? CMC
11:32:00 da tarde
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