quarta-feira, fevereiro 08, 2006
[0.143/2006] Caro António P.
Basta ler os textos que tenho escrito para não estranhar este Post. No entanto volto a repetir em abreviado o que já disse: 1. Sou defensor acérrimo da liberdade de expressão. É escusado dizer muito mais porque tenho umas centenas de textos publicados em que isso é confirmado; 2. Sempre fui defensor da liberdade de expressão. Até no tempo em que sê-lo dava direito a levar umas cacetadas. Também o posso provar. 3. Condeno a reacção violenta que se tem verificado pelas populações de diversos países Islâmicos acicatados por movimentos fundamentalistas e extremistas, em especial a que se tem verificado contra as representações diplomáticas dinamarquesas, apesar do Reino da Dinamarca já se ter demarcado oficialmente da atitude do pasquinseco. 4. Abomino a violência; 5. Acredito que é possível conciliar o conceito de liberdade de expressão ocidental com as outras culturas. É tudo uma questão de respeito pelos outros e de bom-senso; 6. Acredito que as mesmas pessoas que conseguem controlar a sua liberdade de expressão na convivência do dia a dia nos autocarros, na rua, com os colegas, patrões e subordinados também conseguem usar do mesmo discernimento para não criarem conflitos internacionais; 7. A publicação pelo jornaleco dinamarquês serviu essencialmente como golpe publicitário de forma a aumentar as suas tiragens. O empolamento que tem estado a ser dado a este caso já conseguiu dar visibilidade mundial a um título que, fora da Dinamarca, muito poucos conheciam; 8. A publicação foi um acto inconsequente e irresponsável que nada acrescentou a não ser maior instabilidade mundial e serviu de pretexto para mais propaganda dos grupos extremistas junto das tais populações atrás referidas; 9. A Bandeira Nacional dos Países representa esses mesmos países. Acontece que a bandeira da Dinamarca identifica o Estado dinamarquês e não um pasquim. Ao ser usada, deve representar a opinião oficial da Dinamarca que, como se sabe, discorda da publicação da provocação xenófoba feita pelo jornaleco, facto já comprovado pelas desculpas públicas apresentadas aos ofendidos (daí a minha dúvida); 10. Para finalizar estranho a histeria colectiva à volta de uma coisa que nunca esteve em causa: A liberdade de expressão. Tudo isto cheira a xenofobia, por um lado, e ao aproveitamento habitual dos extremistas, por outro. Em tudo isto falta bom-senso. Tudo isto, assim que passar de moda (daqui a três ou quatro dias, caso não venha aí uma cena macabra) dará lugar a outra tontice qualquer que alguém resolva atirar para a opinião pública. Entretanto por cá tudo bem. Acabou a fome no mundo, a justiça já funciona, os aliados continuam a democratizar o Iraque, o Irão continua a produzir nuclear, a Sida continua sem solução, etc. E por aqui continuo sem sentir beliscada a minha liberdade de expressão (como se comprova por este texto). LNT
8:35:00 da tarde
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