quarta-feira, fevereiro 22, 2006
[0.210/2006] Respostas [II/II]
Caro Hélder Fernando, Obrigado pelo apontamento que fez: hoje já é mais barato viajar para o Brasil a partir de Madrid do que de Lisboa. No seguimento da resposta anterior, à Clara e ao Ricardo, e regressando ao tema do texto 0.202, a propósito da inteligente jogada da Ibéria de pretender comprar a TAP, a edição do DE de ontem apresentava uma análise que fornece mais um ponto a merecer reflexão. Caso a Ibéria adquira a TAP a Ota sujeita-se a ser um autêntico mamarracho, sem grande utilidade à escala internacional. Por isso, se a TAP passar para mãos espanholas, Portugal desbarata a ainda mais alguma valia da companhia nacional de avaliação. Vale a pena citar parte da análise de António José Gouveia no DE: "Para a Ibéria, a compra da TAP assentaria como uma luva na sua estratégia de expansão. Ficaria a dominar os céus da Península Ibérica, eliminava as aspirações do novo aeroporto da Ota se tornar o principal 'hub' da região e fortaleceria Barajas na centralidade geográfica. Além disso, reforçaria a sua liderança nos voos intercontinentais para a América do Sul, onde a TAP tem alguma presença em território brasileiro." Em suma, as coisas não estão desligadas. E não surgem e se fazem por mero acaso. Nem a defesa intransigente de Madrid na ligação prioritária das duas capitais de TGV, que a acontecer só na segunda metade da próxima década estará completa, nem as pretensões, legítimas, de empresas espanholas, de adquirem as empresas nacionais estão desenquadradas de um contexto macro. A ligação Liboa-Madrid de TGV, apenas vem reforçar a importância, no contexto aéreo, do aeroporto de Madrid e relegar o nosso para um patamar inferior. A centralidade conta, a periferia nem tanto. A nossa mais-valia, em termos europeus, na ligação à América do Sul, mais propriamente a esse país/continente chamado Brasil pode perder-se, ficando Espanha com toda a relação com a América Latina a nível europeu. Restar-nos-á África. Mesmo assim, os espanhóis já começam a explorar o nicho da África lusófona. Alguém disse, não me recordo quem e onde, referia que, com a passagem da TAP para a Iberia, ligações a Macau e a Timor, pelos motivos óbvios que liga Portugal a estes pontos do globo, estariam em risco se a Ibéria comprar a TAP. Como é compreensível, em termos financeiros, este mercado que não merece grande apetência por parte da Iberia. Digo isto porque deduzo que o Hélder esteja em Macau. CMC
1:13:00 da manhã
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