quinta-feira, fevereiro 23, 2006
[0.217/2006] Dar largas à imaginação
Imagine-se um País meio desenvolvido, integrado num dos eixos fundamentais da economia mundial, com infra-estrururas razoáveis devido aos apoios recebidos da comunidade onde se integra mas com uma população desqualificada, envelhecida e empobrecida. Imagine-se um País de regime democrático onde os processos eleitorais se desenvolvem sempre contra alguma coisa onde os candidatos se candidatam sempre contra alguém e os eleitores votam sempre contra alguma coisa e alguém. Imagine-se um País onde todas as decisões são contestadas ainda não se conhecendo sequer o seu próprio teor. Imagine-se um País capaz de discutir tudo, incapaz de reconhecer as capacidades dos outros e convencido que tudo, mais tarde ou mais cedo, acaba por acontecer sem ser necessário que alguém faça acontecer. Imagine-se um País onde os agentes da mudança são figuras de retórica incapazes de produzir mais do que contestação estéril. Imagine-se um país onde os grandes empresários não produzem desenvolvimento mas só especulação financeira. Imagine-se um País onde, em menos de um ano, hajam três Governos diferentes, um cessado por abandono do Primeiro-Ministro (por ter procurado cargo mais rentável), outro cessado por destituição do PM por incompetência e o terceiro eleito para afastar o anterior. Imagine-se um País governado por uma força política com doutrina social e que logo que eleita se dispõe a reduzir todas as conquistas sociais. Imagine-se um País onde os perseguidos e inquiridos são os que divulgam os crimes e não os que os cometem. Imagine-se um País que abdica da responsabilidade de controlar os sectores estratégicos e os entrega aos grupos económicos privados em quase regime de monopólio. Imagine-se um País onde os trabalhadores e os sindicatos fazem e promovem acções de luta para defenderem o emprego e nunca para defesa do trabalho e da qualificação. Imagine-se um País onde as elites se dedicam à crítica destrutiva e não colaboram minimamente no desenvolvimento de soluções. É difícil imaginar tanto surrealismo. Um País assim não existe, não é verdade? LNT
1:25:00 da tarde
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