terça-feira, fevereiro 21, 2006
[0.202/2006] Basta juntar as peças (Ota e TGV)
Quem está disposto a fazer as contas e analisar os resultados globais, em vez dos parciais, da Ota e TGV? Vamos por partes e vejamos a globalidade em vez das parcelas, pois os dois projectos são indissociáveis. Segundo noticia a edição de hoje do DE, a empresa Ibéria quer comprar a TAP. Quem quiser fazer as contas totais, pode perceber o que está em causa neste eventual negócio. Para Espanha, em grande medida, é o mercado brasileiro que conquista. O único (grande mercado) da América do Sul que ainda não controla. E, caso a Iberia adquira a TAP esse mercado fica a ser explorado por Madrid. Alguém quer entender, agora, o porquê da prioridade dada por Madrid, e serviçalmente aquiescido por Lisboa, de o primeiro troço de TGV a entrar em funcionamento ser o que liga as duas capitais da península? Se se confirmar a compra, Madrid torna-se a porta europeia de ligação entre o Velho Continente e toda a América Latina. Ou seja, um dos mercados mundiais mais promissores, não são só China e Índia que crescem - os Estados sul-americanos também vão sofrer elevadas taxas de crescimento nas próximas décadas, passa a ter ligação praticamente exclusiva com Madrid. Quem ganha? A economia espanhola. Quem perde? A economia portuguesa. De periféricos, passamos para ultraperiféricos. Aos poucos e poucos desbaratamos o nosso capital. Por isso impõe-se a questão: Por acaso geoestratégia diz alguma coisa à nossa classe política? Todavia, regozijamo-nos, como país, por ter Ota e TGV's e não nos apercebemos se estas infra-estruturas não se adequarem aos nossos interesses eles podem ser(vir) de nosso cadafalso. Para quê, pode questionar quem vem para a península Ibérica, querer ir para a Ota, a cerca de 50 km (!!!) de Lisboa, única localidade que a Ota serve, quando a partir de Madrid tanto pode ir para Lisboa, Barcelona ou Sevilha? Se Espanha quer TGV, por que não está interessada, em primeiro lugar, nas ligações a partir de Aveiro e Sines, onde temos os nossos portos? Uma questão estratégica. Porque Algeciras, Barcelona, Vigo e Santander servem de portos. Cada um na sua ponta do quadrado penínsular. Infelizmente, como se referiu neste blogue há dias, nós fazemos de cigarras e os espanhóis de formigas. Mérito deles, parolice a nossa. Eles pensam num todo, nós... provavelmente nem em parte. Alguém quer entender o erro da actual prioridade do TGV e da construção do novo aeroporto na Ota? CMC P.S.- Por sinal, há dias, o aeroporto de Madrid, a poucos quilómetros da capital, pouco mais de 10, aumentou a sua dimensão. As coisas não se fazem por acaso! Pelo menos aqui ao lado, no país vizinho. Por cá...
1:22:00 da manhã
. - .
Página inicial
. - .
Comentários (0)
|
|