quinta-feira, março 23, 2006
[0.362/2006] A Espanha destes tempos
Caro Nuno Pinto, Penso que o Governo espanhol tem actuado bem. Contudo, coloco alguns senãos, como alguma política externa - relação com alguns líderes da América do Sul (apesar de perceber o negócio bastante lucrativo para Espanha, nomeadamente em termos de armamento) - e a forma como tem lidado com as autonomias. Penso que o Presidente do Governo abriu uma caixa de Pandora ao mexer nas autonomias. Vamos ver como descalça a bota. Não obstante esta leitura, pelo menos tem controlado os estragos, nos últimos tempos nomeadamente na Catalunha. Agora, pelo que é avançado, até a ERC prefere abster-se do que votar contra o novo Estatuto catalão, do que votar "não" ao lado do PP. No caso basco, o anúncio feito por Zapatero há umas semanas, do fim da ETA, parece ter surtido efeito. Contudo, como o Nuno salienta, e bem, é de desconfiar a posição dos etarras. Penso que a organização está a reestruturar-se e por isso procura, neste hiato, dar uma imagem de querer dialogar e apresenta-se numa situação ambígua (para o exterior da organização). Pois não renuncia à luta armada, como o IRA assumiu na Irlanda do Norte. As outras autonomias, menos faladas no nosso país, já mudaram ou estão à beira de mudar ou exigir poderes junto de Madrid. A Comunidade Valenciana tem novo Estatuto e as alterações efectuadas não são muito distantes das alterações que se prevêem na Catalunha. E, como sempre, de esperar mais reivindicações, se não satisfeitas as pretensões, do Presidente da Andaluzia, o todo-o-poderoso militante socialista, que tem tanto ou mais poder em Sevilha como alguns senhores poderosos de Madrid. Dentro de algum tempo é de prever exigências do novo Governo galego, formado por nacionalistas galegos e socialistas. Não sei se Zapatero consegue manter a Espanha constitucional que herdou. Talvez caminhe para uma federação. Quanto ao PP, e ao seu líder, o problema do político galego que presidente os populares espanhóis é o já conhecido e entendido, a pessoa e a sombra do ex-líder e antigo Primeiro-Ministro espanhol. Sem nenhum cargo internacional, não lhe resta outro palco que não o interno, para manter viva a sua presença política. De qualquer forma, do que se observa de Portugal, o PP não é alternativa ao PSOE. CMC
5:19:00 da tarde
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