domingo, março 26, 2006
[0.378/2006] Cobaias
A relação com a morte é uma das minhas dificuldades maiores. É estranho porque depois de já me relacionado com ela inúmeras vezes, algumas das quais com grande proximidade, dever-me-ia ser mais indiferente. É verdade que depois de alguns choques brutais com a morte de seres humanos passa a haver alguma frieza, mas a relação mantém-se complexa. Adiante com esta conversa que o Tugir não é para isto. De manhã fui dar com a Mimi (na imagem) que vivia cá em casa há mais de dois anos, em rigidez cadavérica. Se fosse no campo uma pá e um pouco de cal tinham feito o despacho físico. Na cidade, tudo se complica, pelo menos para quem não sabe. E como uma experiência pode servir para elucidação de outros, aqui fica o procedimento que afinal nada tem de muito complicado em Lisboa. Em Monsanto, perto do Parque infantil do Alvito, existe um Canil/Gatil. Lá chegados (o acesso é um pouco íngreme) há uma porta-de-armas onde alguém mandará preencher uma ficha simples e depositar o animal num recipiente. Só é preciso o BI da pessoa que faz a entrega para cremação. Meia-volta e silêncio até casa para desligar também dos latidos que por lá se ouvem e não anunciam nada de bom. Este deve ser o Post mais desagradável que fiz até hoje. Peço desculpa, mas acreditem que pode ser uma boa ajuda a quem se veja na situação de não saber o que fazer a um animal de estimação morto e um Blog também pode servir para informar. Da relação com a morte, com qualquer morte, é mais complicado. Sobre isso não sei como ajudar. LNT
11:45:00 da tarde
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