sábado, abril 01, 2006
[0.406/2006] Partidos nacionais I - O PPD
No seguimento deste texto e respectivos comentários, bem como deste texto, devo dizer que concordo com o André: há pessoas no PPD que são genuinamente sociais-democratas, não apenas de cartão, mas também são sociais-democratas na doutrina política, são de esquerda democrática. O problema, caro André, continua o mesmo, as lideranças políticas do PPD prevalecem mais do que a raiz doutrinária, ao contrário dos outros grandes partidos (PS e PCP, exceptue-se o CDS). Em larga medida tal se deve à própria formação e constituição do PPD. O partido era social-democrata com Sá Carneiro, um social-democrata com raízes conservadoras (devido às origens pessoais do líder). O PPD também foi social-democrata com Sousa Franco. Houve um PPD mais esquerdista, com Emídio Guerreiro e, a partir de 85, a liderança do partido tornou-o numa formação política, em termos doutrinários, híbrida, com laivos de social-democracia, mas com tiques, mais evidentes e acentuados, de neoliberal (não tanto por identificação ideológica, que nem tinha, mas mais por copianço do estilo de políticas e métodos assumidos pelos Governos conservadores britânicos comandados pela Dama-de-Ferro, de quem o líder de então, actual Chefe de Estado, apreciava). Com a estabilização e centralização do PS no campo da esquerda democrática, o PPD tornou-se o grande partido da direita. E os líderes seguintes, encarregaram-se de centrar o partido no espectro da direita moderada, nomeadamente entre 1995 e 2004, seguindo-se, durante um ano sensivelmente, uma liderança vincadamente, nos termos doutrinários, de direita popular. Em 2005, o novo líder quer, pelo menos tenta, depositar o partido no campo da direita moderada, caindo no erro de pensar que seguindo os passos adoptados em 1985 serão possíveis imitar e ser bem sucedido em 2006. As pessoas, as realidades e os desideratos são diferentes. Como já se percebeu, durante os próximos dois anos o PPD é um partido que não representará qualquer mudança e por isso está deixado, por vontade dos próprios militantes, em piloto automático, até que alguém queira conquistar a liderança e colocar o seu cunho pessoal. Quanto ao PS, o partido está a mudar as suas estruturas doutrinárias, de modo substancial e paulatinamente, mas a este tema regressarei noutro texto. CMC
10:24:00 da manhã
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