sábado, abril 29, 2006
[0.526/2006] A pandemia da Deputação (take III)
Quem tem acompanhado este Blog sabe que sempre tive uma posição extremamente crítica em relação à forma como se explorou aquilo que na altura designei como Pandemia da Deputação. Por um lado a Comunicação Social em busca do Furo e por outro a precipitação dos comentadores, transformaram um incidente sem qualquer gravidade nem caso nacional e mais uma vez ajudaram a abrir o caminho aos caterpillares habituais do "o que isto precisa é de um Salazar". Estas acções, que recomeço terem sido viabilizadas tanto por quem tem responsabilidades acrescidas, como é o caso do Presidente da AR que as podia ter evitado se tivesse agido com bom senso, e o pôr-se a jeito de uma classe política que prima pela ridicularização das funções que desempenha, servem sempre os intentos dos que estão, antes do mais, interessados em combater o regime democrático e acabam, como sempre acontece na caça-às-bruxas, por misturar a água com o azeite. Dos faltosos foi feita avaliação pública. Muito poucos aderiram ao que considero ter sido a melhor atitude, isto é, pura e simplesmente a assumpção que a sua ausência é um direito que lhes não nega a Lei e abdicarem da apresentação de qualquer justificação, acatando o que determina o seu Estatuto e indicando que politicamente não admitem um controlo à la Funcionário Público. Dos que justificaram as faltas não terão faltado os que apresentaram motivos para dar cobertura legal à falta. Muitos hão-de ter mentido e muitos outros faltado à verdade. Dos que não entenderem mentir, alguns, injustamente, viram o seu nome lançado na Praça Pública por não ter sido aceite o motivo da falta. Conheço a deputada do PS Celeste Correia há muitos anos, muito antes ainda dela ser deputada. Posso testemunhar o seu trabalho permanente, a sua dedicação ao bem público e em especial ás questões ligadas às Minorias e ao combate à exclusão. Fico sem palavras ao ver o seu nome, ao contrário de muitos inúteis que existem naquela Casa, ser estampado nos noticiários quando, depois de ter estado presente durante quase todo o tempo, teve de se ausentar para levantar um bilhete de avião que a levaria a Cabo-Verde para contactos essenciais ao acompanhamento daquela comunidade em Portugal. Este é só um dos muitos efeitos nefastos que sobressaem da especulação ridícula que foi feita em volta deste, repito, insignificante caso. Nem a Deputada Celeste Correia merecia esta publicidade, nem nenhum democrata em Portugal conseguiu melhor democracia com tudo isto. Fica a lição que se espera venha a ter global aprendizagem. LNT
9:03:00 da tarde
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